quarta-feira, 6 de maio de 2009

Margens

Uma corda invisível, imperceptível, resistente liga uma margem à outra. Liga-nos um ao outro, na mesma margem, no mesmo lado de cá e no mesmo lado de lá.
Um fio de baba de aranha, que não quebra nunca, mesmo com o peso dos nososs pés, dos nossos corpos, onde a alma é que pesa mais... range.
Respirações contidas, que se contêm, com medo das ondulações das brisas. Mas... esta corda não parte. Evapora-se, sublima-se... mas não se parte.
E uma alma de elefante suspende-se no ar, nos ares... e as respirações retornam... enfim... enfim soltas.
E as aranhas apressam-se a reforçar as cordas que nos prendem, sem nos amarrar. Uma aranha de estimação. Enibriados pelas alturas tentamos fugir às tonturas dos cheiros que queremos agarrar à pele macerada pelo rugir do tempo.
Uma ruga renasce... e outra... e mais mil. E o tempo prende-nos às margens... de cá e de lá. E é nesse fio da navalha que reencontramos os sorrisos perdidos.

2 comentários:

  1. Tenho reencontrado alguns dos meus sorrisos... Mas às vezes sinto falta também de todos os outros, daqueles que já nem me lembro. Surge um vazio... Inexplicável.

    ;)

    P.S.: Espero que esteja tudo bem...

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  2. Olá... está tudo bem (Thanks).
    Sei o que é esse vazio, bem demais. E tenho-o preenchido comigo mesma.

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