terça-feira, 30 de abril de 2013

Coração

Abre-me o peito e tira lá de dentro uma massa vermelha escura, semi-arredondada que ainda pulsa... Sim, isso. O coração.
Vá, volta a fechar.
O que fazes com o que tens na mão? Não sei. Guarda bem. Um dia pode voltar a fazer falta. Quem sabe como corre o amanhã.



domingo, 28 de abril de 2013

Maldito

Ahhhhhh maldito cérebro que pensa, que analisa, que torce e retorce a mais doce das realidades.
Maldito sejas que nunca me dás sossego... que me entornas as alegrias e as misturas nas amarguras passadas que teimas em puxar lá do fundo do boião das recordações. Dores empoeiradas a ganharem novas vidas.A espreguiçarem-se cá dentro, a tomarem conta do espaço que segundos antes estava reservado aos bons momentos.
Sim... numa questão de segundos... e tudo muda.
Ahhhhhh maldito cérebro em constante inquietude, num desassossego pleno e constante.
Maldito sejas que não me deixas parar... serenar. Que te unes à tua eterna aliada, a minha alma, para juntos me abanarem em forte violência... e virolência... para juntos me fazerem perder o pé. E eu? Eu, consciente de tudo, consciente de mim e da minha dimensão, a sentir cada músculo do meu corpo, vou. Simplesmente vou.
Juntem-se os dois de uma vez e abandonem-me à minha sorte. Deixem-me entrar numa apatia onde o lugar para o sofrimento seja invisível... e inaudível. Inexistente.
Deixem-me ali, tolhida a um canto. Até que possa renascer-me. Renovar-me...
Ahhhhh maldito cérebro!!!!!!!!

sábado, 27 de abril de 2013

Talvez...

Talvez também eu me vá embora...
Dou-te a mão e parto... sem rumo, à deriva, à procura de uma nova vida?!?!?
Talvez Buenos Aires...
Talvez a imobilidade do peso do mundo agrilhoado aos pés...
Talvez o silêncio de uns olhos cerrados para sempre. Os meus.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Por aí

Vou andar por aí... por aqui... este fim de semana.
Olhos postos em mim.
Lembranças em ti... em nós.
Vou querer dar-te a mão... abraçar-nos.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Livros

Quando os livros te marcam o ritmo e te determinam o passo segues sempre maior.
Sigo.
Passo largo... passo apertado. Sigo agarrada a eles.
Cabeça no ar... cabeça nas núvens.
Ideais que se afincam.
Sonhos que esvoaçam... entre livros e pó.
Neles está o meu abrigo, o meu porto seguro... Neles tudo é verdade... tudo acontece.
Neles tudo é maior... eu fico maior.
Com eles...
Livros.


Que amor...

Que amor é este que amua... que cobra... que critica.
Que amor é este que se desilude e me desilude.
Não confundamos o amor com o ser-se dono.
Não confundamos o gostar com o determinar de caminhos.
O amor é livre e libertador.
Não castra. Não exige fidelidade de sonhos e ideais.
O amor voa... e regressa sempre, a cada primavera... a cada amanhecer.
O amor não está ao alcance de todos... não está ao alcance de uma maioria que o banalizou.
O amor vive arrastado na lama de uma palavra esvaziada de sentido e com sentimentos trocados.
O amor já não é o que era.
O amor nunca foi o que é.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Gosto de ti II

Gosto de ter o vento  bater-me na cara num dia de sol de inverno.
Gosto de passear de mão dada... contigo.
E ouvir os risos dos miúdos.
Gosto de praia quando o calor ainda não chegou.
Gosto de ler... ler... ler... e voltar a ler.
E desenhar rabiscos em cadernos soltos.
Gosto de berber um bom vinho enquanto petisco e te olho de frente, nos olhos.
E estico a mão só para sentir o teu toque.
Gosto de me esticar enroscada em ti.
Gosto de fazer planos ao teu lado e acreditar que vão acontecer porque nós vamos fazer acontecer.
E rir muito e muito alto.
Gosto de nos sentir!!!
Gosto ti!!!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Gosto de ti

Solto a mão... uma lágrima corre-me por dentro do corpo e inunda-me o ser.
A primeira de muitas outras que estarão para vir e que numa avalanche desmedida transbordarão pelos meus olhos.
E assim construo mais um pouco desde edifíco que terá de ser à prova de sismos, enxurradas, cataclismo, incêndios. Contruimos... Criamos... Inventamos... Rimos e choramos. Juntos.
E como depois da chuva os dias amanhecem em arco-íris plenos... eu amanheço num sorriso.
Volto a entrelaçar os dedos de almas que já não sabem separar-se.
Gosto de ti. Pouco não. Muito.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Carta Final

Pensava que desde que nasci tinhamos um entendimento único.
Foste anos a fio o meu porto seguro, o meu ídolo, aquele que estaria lá sempre para mim.
A certa altura substituí o ídolo da infância por uma admiração profunda. Que teimo em manter.
Mas custa-me caro. Aceito, mas não sem dor, que tentaste e tentas permanecer o único.
Que não me aceitas como sou... mas como pensas que poderia ser. Que não compreendes a minha felicidades... mas somente a que achavas que eu devia ter.
Paciência. Já não estou aí há muito tempo.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Frágil ciência

Chego-me a ti, encosto-me e ficamos assim... horas infindas.
Baixo algumas baias de segurança e sinto um muro ou outro a pedir-me para ruir.
Vou resistindo. O que posso... enquanto posso. O que não quero.
E devagar vou acreditando. Essa ciência frágil que esqueci durante anos no canto de uma gaveta empoeirada.
Até quando... até quando quisermos.
E o sempre ganha novo alento e volta a respirar.
Até quando... até sempre.