sexta-feira, 28 de maio de 2010

Estiquei a minha mão...

Estiquei a minha mão... queria apanhar a chuva toda, mas só caiu um pingo. Um único pingo.
Um pingo que se diluiu... desapareceu... no meio a sangue que me escorre por entre os dedos.
Fico assim... de mão esticana para o nada durante uma existência.
Só depois a envolvo num lenço encarnado, que esconde o sangue, o pingo de chuva e a dor imensa... encosto a mão ao peito e petrifico-me assim, durante mais uma existência.
E assim... em ciclo... circulos... pequenas corridas... e muito mais... se chegá lá. Ao fim!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Pessoas... vidas... nas vidas.

É impressionante... fascinante até... como as pessoas entram na nossa vida...rodopiam nela.
Umas ficam... outras partem sem regresso anunciado.
Umas fazem caminhos ao nosso lado... outras caminhos paralelos... diametralmente opostos.
E eu rodopio na minha vida... a mil... a mil e um.
Entro e saio da minha vida... da vida dos outros... num bailado desconcertante... até para mim.
A vida é assim, feita de múltiplos bailados que se cruzam e abarçam até sempre... até nunca.
A vida. The end!!!

Até breve... até sempre

Ironicamente bom... um dia tudo isto acaba.
As dores, as amarguras, vão-se como que por magia e ficam dispersas no ar, misturadas entre cheiros.
Comigo vão os momentos felizes... os pensamentos felizes. São eles que nos fazem voar. São só eles que eu quero no meu bolso.

sábado, 22 de maio de 2010

Para sempre

Uma lágrima de apreensão desce-me vagarosamente pela cara....e pára mesmo no canto esquerda dos lábios. Paira por ali durante umas boas horas. Contorna a boca... desce pelo queixo e perde-se no vazio do felizes para sempre, no meio de um sorriso pequeno e assustado.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Questiono (me)

Questiono (me) qual o sentido de tudo isto. O porquê das alegrias... das dores... dos sorrisos... das lágrimas.
Questiono (me) para que serve tudo o que me envolve... onde vou eu chegar.
Questiono (me) se quero chegar... e onde.
E a cada questão sem resposta, mais um ponto de partida para uma busca... mais um ponto de partida para caçar un sorrisos e trazer para casa uns quantos murros no estômago.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Dar (me)

Ás vezes ouso espreitar cá para fora, insisto em mostrar-me um pouco mais.
Mas rapidamente volto para dentro. E faço a festa aqui, comigo, com quem realmente está.
E é tão bom.
Fujo das hipocrisias, cada vez mais... sou alérgica a falsos sorrisos. Detesto abracinhos de momento.
Dou-me a quem quero... quando acho que sim...
Mas acima de tudo, dou-me a mim mesma todos os dias.
E isso é paixão... acima de tudo paixão... vida.


Texto sobre o tema PAIXÃO, para o desafio de Maio da Fábrica das Letras

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Lógicas

Movo um pé devagarinho e depois outro.
Pela ribanceira de ervas rolam minúsculas pedrinhas.
Tento não acordar o Mundo... não o incomodar.
Respira tão traquilo...
Mantenho-me imóvel a escutar.
O seu coração bate dentro da normalidade... uma normalidade dentro da sua imensidão.
Sento-me no chão de terra húmida, encosto-me a uma árvore.
E tento nunca adormecer... para ver tudo... sentir tudo e cheirar tudo.
Não posso perder aquele fio de água que corre ao meu lado, para mais à frente se transformar numa torrente imensa.
Não posso perder o som dos pássaros, das pequenas lagartichas que serprenteiam por aqui, das maçãs que caiem descompassadas da árvore a que me encostei.
Tudo ao seu ritmo, na sua lógica que pareço não compreender... mas aceito.
E quando aceito... com um sorriso, mas sem resignações... volto a respirar.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

...de mim...

Vou ter saudades de mim... mas... é impossivel voltar... recuar.
Vou sentar-me naquele banquinho... ali ao canto... e adormecer... e sonhar... comigo.
Terei para sempre orgulho... do que fui... do que sou... do que serei.
As manchas do tempo não saiem.
Vou enrolar-me no cantinho... tipo bichinho de conta... e viver... comigo... com o meu sorriso.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Vamos comemorar!!!

Vamos comemorar a vida. Brindemos aos dias felizes, às gargalhadas genuinas, aos sorrisos inocentes.
Vamos comemorar, pura e simplesmente comemorar... porque nos apetece... sem razão especial e por todas as razões do Mundo. Brindemos aos amores eternos, às amizades verdadeiras, à lealdade.
Façamos manifestos contra a mediocridade... pintemos os muros com palavras de ordem... deitemos abaixo os preconceitos... derrotemos os hipócritas.
Vamos comemorar a liberdade de pensamento... vamos comemorar a capacidade de pensar... mesmo que isso irrite o Mundo dos Mundos.

sábado, 1 de maio de 2010

Canetas

Doiem-me as mãos, mas não consigo parar de escrever. É um impulso, não largo a caneta. Um manifesto.
E no dia em que morrer quero ser enterrada com um caderno e uma caneta... e de chinelas. Essa sou eu... essa serei eu.