domingo, 27 de dezembro de 2009

Sentei-me. Li...li...li... e... não vieste.
Não respondeste à minha mensagem... que se calhar nem leste... que provavelmente nem recebeste.
E eu fiquei ali... na minha companhia e do meu livro.
E não senti o vazio que pensei que sentiria.
Tive só pena, gostava de te ter visto à minha frente... com o ar arrogante que usas como defesa, quando sabemos os dois quem és.
Tinha vontade de voltar a olhar para os teus olhos, de quem pede socorro a cada minutos... mas... depois fogem com medo.
Tinha vontade de rever as tuas mãos... O teu sorriso.
De te rever a ti.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Um só

Somos um só e seremos sempre.
O nosso sangue, o nosso cheiro, o nosso toque misturou-se durante meses para a vida.
O nosso sorriso e gargalhadas caminharão eternamente de mãos juntas.

Somos um só e seremos sempre.
Com estar diferentes, paralelos, divergentes...
Com uma alma em três.

Somos um só e seremos sempre.
Mesmo quando fechamos os olhos... Mesmo quando fecharmos os olhos.
Mesmo quando serramos os punhos e deixamos sair um lamento... Mesmo quando pousamos as armas e nos detemos.

Somos um só e seremos sempre.
Apesar da dor... e além da dor.
Apesar da saudade... e além da saudade.
Apesar das partilhas e dos risos... e além das partilhas e dos risos.
Cúmplices. Sempre.
Somo um só e seremos sempre.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Sempre

Estarás sempre aqui. Mesmo depois de partires não te consigo libertar na totalidade. Não me consigo libertar. Apesar de te saber por aí... noutras vidas.
Caminhas ao meu lado... mesmo nos dias em que não me lembro de ti... ou em que não me lembro que me lembrei de ti.
Tenho colado à pele o calor com que me abraçavas e continuo a reconhecer o teu cheiro. Lembro o teu sorriso e o que riamos juntos, mesmo quando eram as lágrimas que estavam por trás. No final tu recuperaste as lágrimas e as minhas secaram. Que ironia!!!
E afinal parace que o "sempre" sempre existe.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Caminhos

Caminha com passo pequeno e disfarçadamente arrastado.
Pele escura, côr de chocolate, e bastante amarfanhada.
Cabelo tingido de um estranho ruivo e ripado... curto... com pequena flôr branca... murcha.
Roupa descaída.
Olhos baços e fixos num qualquer ponto imperceptível.
Caminha pelos caminhos do centro de Lisboa... sem se ver... sem ver... sem ser vista.
Uma pluma negra... errante... que vagueia sem destino... sem um rumo... sem caminhos.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O tempo... no Natal

O tempo passa e com ele sucessivos natais... e mais natais...
E com o passar o tempo e dos tempos mais vultos negros se arrastam de loja em loja... uns buscam a prenda perfeita... outros simplesmente uma prenda... até se transformarem em sombras.
Sombras daquilo que foram outrora... sombras de natais em que já foram felizes e em que o Menino Jesus deixava um brinquedo no sapatinho.
Agora? O sapato não chega para tanta inutilidade, que se recebe com indiferença. E é com essa mesma indiferença que se devolve o gesto... que outrora já foi de carinho.
Os sonhos já não são amassados em casa... são comprados.
Perdeu-se o ritual... perdeu-se a ilusão... perderam-se os sonhos nas sombras e nas sobras dos natais passados.

Fábrica das Letras - Natal

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Tempo

O tempo passa e com ele sucessivos outonos, invernos... seguidos de primaveras e verões.
O tempo vai envelhecendo comigo, e com ele as intempestivas mudanças de vida... de formas... de fórmulas... de serenidades.
No entanto, framentos dos passados permenecem. Inalteráveis. Escondidos num canto de um quarto, no fundo de uma gaveta, dentro de um bolso.
Convivem ao meu lado sem eu dar por eles... a não ser de vez em quando...
Pedaços de um passado passado que estão cá sempre em memórias mais ou menos esbatidas
Estilhaços de um passado muito presente que teimam em picar-me a cada sorriso, a cada passo na história das histórias... que se faz de simples recordações.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

E porque nem tudo tem de doer...

E porque nem tudo tem de doer, hoje saí para a rua com o meu sorriso mais genuíno.
Afinal é Natal!
E que importa se não posso comprar todos os brinquedos que eles querem.. se podemos fazer juntos bolinhos de côco?
E o que interessa que as minhas botas já estejam rotas... se estamos juntos a fazer a nossa árvore de Natal?
E sim, gosto do Natal e quero-o todos os anos... a chegar de mansinho na noite de dia 24 e a instalar-se até ao ano que vem no dia 25. É das poucas coisas que me está garantida... O Natal... Sempre... Todos os anos entre 24 e 25 de Dezembro.
Por isso aproveito-o até ao limite. E se possível, todos os anos, vejo a "Música no Coração" como se fosse a primeira vez.
E porque nem tudo tem que doer, abraço os natais passados e vou construindo os do futuro.

Para Fábrica das Letras - Natal

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Para chegar onde?

Corro, corro, corro, corro...e chego onde? Ali? Aqui? Cá e lá?
E volto a correr... não sei parar... não consigo.
E ignoro o cançaso que me sobe pelas pernas e me apanha o corpo todo.
Rio-me dele, na cara dele... Mas é um cansaço que não desiste.
E eu persisto em correr.
E curo as nódoas negras com o peso de outras que vão surgindo.
Uma esquina de uma mesa... um carrinho cheio de compras... um tropeção... dois... ombreiras das portas que ganham subitamente vida.
Uma desilusão... duas... um amigo que desaparece... um amor que não volta e se perde nos escombros da vida.
Corro, corro, corro corro... para no fim, bem lá no fim, chegar a mim!!!