segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Talvez amanhã...

Ainda falta tanto para o fim do dia.
Ainda falta tanto para o fim da vida.
Eu eu sento-me em dia de desistências.
E ouço os apelos gritados de quem me ama.
E sinto-os num sussurro.
Amanhã!
Talvez amanhã seja mesmo outro dia.
Talvez amanha me reerga e volte a tentar.
Talvez amanhã...

domingo, 21 de setembro de 2014

Mulher invisível

Esta semana vou invisibilizar-me.
Uma palavra nova... mas o português é uma língua viva, sujeita a transmutações.
Um estar e um sentir muito antigos... de tempos dos quais nem eu tenho memória.Mas que estiveram lá.
E nós estivemos lá.

Esta semana passarei despercebida.
Ninguém me vai ver.
Deslizarei transformada em bruma.
Uma gota ou outra de um estranho orvalho marcarão o meu caminho.

Esta semana desistirei de tudo... até de mim.
Principalmente de mim.
Para me reencontrar um pouco mais à frente.
Mais sólida.
Mais eu...

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Livros...

"É tinta que sai da medula"




quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Silêncio

Cansei-me do som das palavras ôcas.
Emudeci.
Ensurdeci.
O ruído esmoreceu e foi desistindo.
Até se tornar num insistente murmúrio.
Até se silenciar.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Empurrões

Isso, empurrem-me! E agora pontapeteiem-me os rins.
E eu, com um fio de sangue a escorrer-me pelo canto da boca, os olhos raiados, levanto-me.
E falo.
E pavoneio-me como sempre. De cabeça erguida!!!
Vá, voltem a empurrar-me. A partir-me a alma em mil pedaços.
Que eu volto a levantar-me, a endireitar-me e a juntar os pedaços.
Sempre de cabeça erguida. Sempre a olhar em frete... nos olhos.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Nós cantamos à mesa


Quando eu achava que os grandes desafios da minha vida estavam na carreira profissional que escolhi desde muito cedo, nasceram-me dois filhos, com 5 anos de diferença. E aí eu tive, pela primeira vez, a noção do que é ter responsabilidades e ter desafios enormes. Mas acima de tudo soube finalmente o que é amar de forma incondicional.

Amor como este não há outro. Amam-se os sorrisos, as gracinhas, as conquistas quase diárias. Amam-se as traquinices e os primeiros disparates, as birras, os choros. Posso até estar exausta, mas este amor está cá sempre. Aprendi o que é doer quando eles esfolam os joelhos e o que é sofrer quando o coleguinha da escola os trata mal ou o primeiro namorado desilude. E aprendi o que é estar lá sempre, para abraçar e ser abraçada.

Estar na vida dos meus dois filhos é o maior desafio da minha vida. É uma conquista ao minuto. Uma aprendizagem sem limites. O que eu já cresci nestes quase 14 anos que sou mãe!!!...

Se eu podia não ter tido filhos? Podia, até ponderei isso. Mas não seria de todo a mesma coisa.


Lá em casa somos muitos. Dois adultos com Síndroma de Peter Pan, duas crianças (mas chegam a ser quatro), duas gatas, uma cadela e uma micro horta. Como aguentamos? Com muito riso e muitos disparates saudáveis pelo meio das coisas que já por si são e têm de ser sérias. Ah… e lá em casa pode cantar-se à mesa.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

...

...
Entrei aos tropeções degraus abaixo. Sim. Ao contrário do que se pensa não se sobe para o céu. Desce-se. Uma escada em caracol onde a luz nos obriga a fechar os olhos. Não temos tamanho para ver logo o que nos espera. Não estamos preparados. Passamos demasiado tempo a vendar os olhos e a tolher a alma. Agora, vai ser preciso tempo.
...

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Interpretações

Os olhos poisaram-me naquelas letras, rascunhadas numa folha de papel que, de certeza, depois amarrotaste.
O peito apertou-se-me e chorei sem lágrimas. Parte desta manhã o ar custou muito a passar.
Levantei a cabeça, ganhei coragem e atirei-te um "olá".
Felizmente todas aquelas letras não passaram de um equívoco. Um erro de interpretação... poesia onde se espera matemática, quando trocas os números pelas letras.
Hoje percebi a real importância que tens na minha vida.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Sangue do nosso

Que bom que é virar as esquinas e descobrir sangue do nosso.
Com garra, com alegria.
E o que estará por de trás da esquina?
Mais sangue do nosso que se junta e mistura entre risos, recordações e aventuras.
E levamos todos atrás.
Novos e velhos.
Voltaremos sempre a rir juntos.

sexta-feira, 21 de março de 2014

...

Tinhamos sonhos, esperanças, vontades.
Achávamos que iamos mudar os mundos.
Cada um à sua maneira iamos derrubar muros, vencer gigantes e seguir em frente... vitóriosos.
Cada um à sua maneira se foi desiludindo e baixando os braços.
Cada um à sua maneira foi pondo os pés na terra e foi ficando.
Cansados.
Prostrados.
Vencidos.
Cada um à sua maneira.

Que...

Que insatisfação desmedida que me tolhe os movimentos.
Que me fecha o rosto numa sisudez de olhos suspensos... em nada.
Que me quarta a alegria e o riso solto.
Que me desespera.

Que loucura esta que me angustia e me sobressalta o sono.
Que me tira as ganas de correr.
Que me faz pousar os braços da luta.
Que me desespera.

Que tristeza imensa que me doi por dentro e me arranha as entranhas.
Que me empurra para um desassossego vadio.
Que me amarra o corpo e a alma... deixando a cabeça à solta.
Que me desespera.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Pai

Vou pôr um pai por palavras.
Recitá-lo... nomeá-lo... acima de tudo, amá-lo.
Coragem, força e determinação.
Coração forte.
Mente sã.
Colo, abraço.
Retidão.
Sorriso e zangas.
Convicções.
Livros na alma.
Um pai... para sempre.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Estrelas

O céu ganhou mais uma estrela.
Lugar comum... mas verdadeiro.
Esta estrela brilha e leva consigo a sabedoria de um Mundo...
A ternura de uma voz... a calma de um olhar... a paciência de um sábio.
Porque para o céu, em forma de estrela... só vão os bons.
E consigo só levam aquilo que de bom espalharam nesta terra.

Partida

Hoje morreu alguém que me é muito querido.
Partiu do meus convívio e de todos os que o amam.
Era um homem bom e um grande homem.
Com defeitos e virtudes, peculiaridades muito suas. E uma grandeza de conhecimento que me espantava sempre que estava com ele.
Do alto dos seus 87 anos partiu.
Deixou um espólio humano impagável.E muitas história para lembrar e contar.
Vai fazer falta.... muita falta

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A passo

Ontem deste mais um passo.
A cada dia te vais afastando um pouquinho mais.
Entre fumos e gargalhadas.
Com a insolênciaa arrebitar o nariz para cima.
Ao lado dos camaradas, que os velhos não acompanham.

Ontem deste mais um passo.
Espreitaste fora do ninho.
Estás a preparar o vôo. Eu sei disso.
E não te posso reter.

Ontem deste mais um passo.
Caminhas com a tua seita.
Fica o carinho guardado e as saudades antecipadas.
Um dia voltas.
Eu voltei

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Sabes...

Sabes... um dia tudo isto acaba.
Todas as dores se esfumam e são consumidas, um dia, por um qualquer fogo que nos deixará em pó.
Todas as tristezas serão, finalmente reduzidas ao nada... que sempre deveriam ter sido, mas não conseguimos.
Este desespero constante, que vai ganhando voz ou se aninha escondido atrás de um sorriso fraco, deixa finalmente de se cravar na carne.
Tormentos, ansiedades, angústias... aquelas que parecem nunca ter fim... terão.
Sabes... um dia tudo isto acaba. E finalmente gozaremos da sonhada paz.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Finalmente...

Este ano... finalmente...
Ofereço-te corações lamechas e deixo que me leves a jantar.
Dou-te a mão. Encosto-me a ti.
Deixo-me ir.
Abraço esta felicidade.
Rio alto.
Quero-nos.
Foleiros, pirosos... Não quero saber.
Estou feliz.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Hoje... só hoje

Hoje está chuva e eu estou como o tempo...
Deixa-me saltar para o teu colo mãe e aí ficar.
Afaga-me o cabelo.
E sem dizeres nada deixa-me sentir que vai ficar sempre tudo bem. Porque tu vais estar sempre por cá. Porque o teu colo vai estar sempre à minha espera.
Limpa-me as lágrimas que escorrem e embala-me.
Quero voltar a adormecer ao teu colo.
Talvez para (um) sempre.

Cansada

Estou tão cansada.
E o mundo não pára, por um minuto sequer.
Talvez se eu entregar as luvas e me sentar a um canto tudo acalme.
Entrar numa letargia. Deixar tudo andar por si só. E ver o que acontece.
Estou tão cansada.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Fechar os olhos

Uma pequena brisa toca-me na cara.
Franzo o nariz.
E volto a fechar os olhos.
Não quero ver mais.
Recuso-me.
E advogo-me este direito em qualquer barra de tribunal.
Julguem-me se quiserem.
Atiram as pedras.
Os meus olhos não se voltarão a abrir para as feiuras deste mundo.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Palhaço pobre

Sou um palhaço pobre.
Basta espreitares por trás de um olhar ou, número arriscado, para dentro da alma.
Mal espreitas vês um baú. Lindo, brilhante.
Mas pensa bem antes de o abrires. Podes não gostar do que vais encontrar.
Sou um palhaço pobre.
Habitado por angústias, medos e solidões.
Com um sorriso no canto da boca e uma gargalhada sonora.
Caminho comigo desde tempos imemoriáveis.
Conto sonhos, esperanças e arremeços de euforias.
Para depois voltar à sombra.
Sou um palhaço pobre...

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Saber de ti

Vou tentar saber de ti. Procurar-te no mais longe que possa existir... no mais fundo... no mais recondido.
E provavelmente nada saberei.
Viverei um inteira vida sem saber de ti. Sem saber nada de ti.
Mas a achar que te sei.
Que te sei de cor e salteado, de trás para a frente, do avesso e do direito.
Que imensa ilusão. Se nem de mim sei.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Preciso...

Truz... truz...
Sim?
Preciso de um abraço. Daqueles fortes, sabes? Sentido.
Preciso de encostar a cabeça ao teu peito e encontrar o teu coração... só para serenar. Sentir o teu calor... o teu cheiro... juntos a mim e ao bater descompassado do meu coração.
Preciso de fechar os olhos e sentir as tuas mãos à volta da minha cintura. Preciso de me aninhar em ti, que é onde sei que tudo faz sentido. Tudo tem um sentido, um rumo certo, uma razão.
Talvez até tracemos um objetivo e a rota para lá chegar. Juntos. Ou talvez continuaremos deliciosamente à deriva, sem largarmos as mãos.
Sorri para mim... e abraça este sorriso que me ofereces a cada existência.
Juntos.
Porquê?
Simplesmente porque... sim.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Corre, corre...

Corre, corre... Corre, corre...
Corre... Corre... Sem parar.
Nunca páres. Segue em frente.
Faz como toda a gente... que corre sem saber porquê. Que corre sem saber como.
Para onde vais?
Que importa isso?...  Porque perguntas?
Vai simplesmente e não páres. Não questiones. Segue... Segue... Sem parar.
E quando lá chegares... Lá onde? Que importa isso?... Porque perguntas?
E quando lá chegares... enrodilha-te e descansa.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Desde que...

Desde que possa continuar a adormecer enroscada em ti... até ao meu último respirar...
está tudo bem.
Desde que continuemos a andar na rua de mão dada... e a rir alto...
Partilhar... contruir... redefinir.
Dados lançados...sem retorno. Com vagares apressados.
Cumplicidades entrelaçadas. De hoje... de sempre... para sempre.
 
 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Lixo

Transformo-me, transfiguro-me... retorno.
Em meu redor tudo se mantem igual, inalterável. Pior que tudo, inabalável.
O lixo amontoa-se, passeia-se com orgulho pela fama, em que se atropela.
Pisa-se e repisa-se, para depois se erguer com uma força desumana. E levar tudo em redor.
Não poupa ninguém. Os afetos morreram-lhe faz tempos.
O que é uma lágrima?
É cão que não reconhece o dono.
É pústula que contamina a sociedade... até à gangrena.
E depois de amputado... regenera-se.
Para voltar a dizimar a vida.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Fio de vida

O curto fio de vida que lhe restava escorregou-lhe pelo canto da boca em forma de sangue.
Fechou os olhos e sentiu o quão pouco tempo pisou esta terra. Naqueles derradeiros segundo lembrou os melhores momento... em flash. E lembrou o todo que não chegaria a concretizar.
Fechou os olhos... e dormiu.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Harmonia

Acordo estremunhada e sinto a onda de calor que emana do teu corpo. Entra no meu para ali permanecer.
Um braço envolve-me a cintura... num abraço. E a tua respiração... pausada... trespassa o ar num bafo quente.
Volto a fechar os olhos...serena. E embalo a minha respiração na tua. Compassadas... em harmonia.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Cama

Uma cama que se agiganta no teu silêncio e no meu.
Os corpos separados por meio palmo gelam no espaço que se estende por debaixo dos lençois e das mantas.
O gato passeia-se vagarosamente por cima do cobertor aos quadrados que tenta abarcar todo o espaço. Estica-se, espreguiça-se, tenta enroscar-se para ficar. É enxotado. Mia... chora. Mas sai. Contrariado.
Aninho-me numa ponta e não te sinto.
A noite passa e com ela o agigantar da cama e o frio por entre os lençois.
A manhã chega. Mais uma manhã...

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Tratar disso

Hoje podemos tratar disso...
... programar as férias
... prencher tabelas
... beber um copo de vinho
Podemos também...
... sorrir
... dar as mãos
... trocar mimos
e fazer amor.
Bem no final enroscamo-nos um no outro, como dois gatos com sono, simplesmente para estarmos e adormecermos.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

De ti

Hoje não sei de ti.
Sinto-me assustada. Ansiosa.
Pesa-me a alma.
Desencontrados, por momentos, na mesma cama.
Que ficou vazia, que arrefeceu de nós.
Mais logo, quem sabe... o reencontro. O aninhar.
Mais logo, quem sabe... adormeço em paz.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Miudinha

Cai uma chuva miudinha. Vinda do nada, entranha-se no nada.
Confunde-se com as tuas lágrimas e alimenta a tua angustia.
Varre a terra apodrecida, as folhas das ávores amarelecidas.
E renova-te essa dor pequenina, mas mortal.
Agarras-te a um pequeno tronco, que queres sólido.
E assim navegas até à proxima enxurrada... ou chuva miudinha.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Em mim

Sinto saudades tuas.
De me ter nos teus braços. De me reter... permanecer.
Sinto a falta de sentir o teu calor, colado a mim... em mim.
A tua respiração encostada nos meus cabelos.
As tuas mãos que viajam por mim e comigo.
Sinto saudades tuas.
A cada instante que passa.
Segundos eternos que emperram nos relógios que me cercam.
E que deixam galopar este anseio. Numa liberdade feroz.
Até que por fim... quando o sol se vai pondo... encosto os meus lábios aos teus... quentes.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Ano Novo... a mesma vida.

Prepara-se tudo... comida... roupa... maquilhagem... e espante-se, até um pouco de perfume.
Todos dentro do carro.
Telefonemas feitos. "Bom Ano!!!"... "Beijinhos!!!"
Risos, muito risos.
Abraços, cumprimentos... partilha.
"Vou só ali pousar as coisas."
"Onde posso pôr o vinho?"
Abre-se uma garrafa e depois outra. E mais uma depois dessa outra.
As crianças entram e saiem. Corropiam, rodopiam. Uma dança de alegria.
As mais timidas arrastam-se junto dos crescidos. Alguns desenquadramentos. "É muito mais crescida que as outras". "Não tenho paciência para as brincadeiras delas".
Compreendo. Um aperto pequeno pequeno na alma.
A noite segue, entre copos, risos, muita música.
Canta-se e dança-se como a noite exige.
E depois das passas... os brindes, os abarços, os votos de bom ano renovado.
E os sonhos, os desejos, os propósitos na mente de cada um, no coração de todos.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

De tanto te amar também

De tanto te amar tenho de abrir os meus olhos e ver que cresceste... mas vais sempre ser o meu bebé.
Olho para ti com orgulho... do ser que és, das conquistas que fazes, do longe que vais chegando... para já sempre à minha beira.
Um dia voarás mais longe. Mas sempre no meu coração, nas minhas memórias, nos meus sentires.
Para sempre o meu bebé pequenino. Para sempre em meu redor.