terça-feira, 28 de setembro de 2010

O amor

Nasceu... olhos semi-cerrados... pequenino... pele enrugada.
Tão pequenino. Como iria eu pegar nele?
Lindo!!!
Peguei... e vivi com ele... vivo. Respiramos juntos e sorrimos a par. As suas dores são muitas vezes as minhas... e os seus sorrisos rasgados ajudam a construir os meus.
Um amor total... sem barreiras... acima de tudo o que é demasiado pequeno e existe a mais neste Mundo, onde às vezes julgo termos caído por algum engano divino.
Um amor acima das minhas forças... e além de tudo.
O amor.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A salvo

Hoje desenrosquei-me e saí do quentinho. Abri os olhos para o Mundo. Havia luz... muita luz... e uma cara risonha de cansaço. Dois braços quentes...um colo.
Um porto seguro... dois... no meio da hostilidade, da imundice humana que me rodeia logo que pode.
Mas ali... naqueles dois pares de braços... estarei sempre a salvo... até de mim.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sonhos

Tive um sonho... voei alto... pairei lá em cima. Por cima do acima.
Esbanjei sorrisos... dei-me. Rocei os limites... andei na linha entre o aceitável e o supostamente condenável. E ousei sentir que tudo ia acabar ali... ali onde aparece o "e foram felizes para sempre"... ali onde somos intocáveis... inatingíveis.
Acordei... sequei as lágrimas e segui percebendo que o "e foram felizes para sempre" se constroi ao segundo... quando criamos sorrisos à nossa volta.

domingo, 19 de setembro de 2010

...

Apetece-me escrever... mas as palavras não saiem, estão secas.
O choro incha-me os olhos e as mãos tremem ao desespero.
Apetece-me escrever... mas as palavras fugiram... para onde?
Um dia voltarão a mim... assim como eu voltei.
E são as certezas inabaláveis que me fazem encontrar as forças para prosseguir no meio das dúvidas e temores.

...

Fecho os olhos com leveza e sorrio... é bom flutuar em mim... com vocês.
Encosto a cara à almofada ainda com cheiro a quente... a sono.
E deixo-me simplesmente estar.
E consigo manter o sorriso... o meu sorriso.
E as memórias vão passando e alterando as minhas feições. Sem franzir a testa, sem abrir os olhos... mas a expressão dos olhos vai mudando com as recordações.... lembranças esfumadas pela nitidez do tempo, mas que nos guardam sensações, toques, cheiros.Para sempre!

...

Sábado de manhã e o despertador toca por engano. Nada o faz calar, nem áquela voz que canta nem quero saber o quê lá dentro daquela caixa com botões.
Reviro-me nos lençois brancos e frescos que insisto em pôr nos dias de calor. Cheiros misturados. Vincos dos dias que se vão sucedendo.
Fecho os olhos e prometo a mim mesma que assim vou ficar por mais um momento... ou dois.
Um momento que durará o que me apetecer. Porque este sábado é para isso mesmo. É para ser o que me apetecer. É para deixar o destino e a intuição correrem sem limites. É para sonhar... flutuar... e só poisar... talvez... no Domingo.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

...

Voltei comigo a mim... e com vocês.
Reeiventei-me e ao meu Mundo.
Ou rebusquei-me do fundo do baú.
Encontrei o sentido... com novos sentidos todos os dias... com novos sorrisos a cada segundo... e com novas dores nos segundos seguintes.
Cresci... dois centimetros?... três?
Voltei a diminuir... sempre que me encolhi e me recolhi. Para depois crescer ainda mais. E com aquela estranha inadequação que o sentido de tempo no tempo me dá.

domingo, 12 de setembro de 2010

Amanhã...

Amanhã é o primeiro dia... Não consigo adormecer... Rodo na cama sem conseguir sequer fechar os olhos.
Afiei os lápis de cor... arrumei a secretária... rearrumei tudo o que podia e reenventei o quarto.
E adormeci.... adormeci.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

...

Trazias na mão uma pequena goma encarnada, polvilhada com açucar e muito redonda.
Aceitei-a com um sorriso e dividi-a contigo. E assim começou este "era uma vez"...
E quando pensei adivinhar um final "e viveram felizes para sempre" uma sombra negra tomou conta de tudo... de mim... de um nós.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

...

Com um punhal na mão deu-me um abraço prolongado. Espetou devagarinho nas costas. Ao princípio nem senti, depois uma ligeira impressão, até que... sem saber bem como... me esvaí em sangue.
Aí desapareceu.
Fiquei caída algum tempo... amparada pelos sorrisos.
Acabou por passar... por ir passando. Ficou o incómodo nas costas... uma sensação estranha que às vezes se faz sentir... como um repelão por dentro...
E agora? Aprende-se a respirar de novo, a sorrir outra vez... luta-se diariamente para seguir em frente... para se olhar menos e menos para o que se deixou lá.

domingo, 5 de setembro de 2010

E se...

E se a vida parasse por uns tempos... segundo ou dias...
E se o meu coração parasse de bater por algum tempo... para depois se reabrir ao Mundo.
E se o Mundo parasse de girar amanhã de manhã... para retomar o movimento à tarde.
Paremos a vida, paremos os nossos corações, paremos o Mundo... aprendamos a respirar e a sorrir.
Voltemos atrás... saibamos pedir desculpas e dizer obrigada... devolvamos os sorrisos que desviámos do lugar.
Aprendamos a abraçar sem punhais nas mãos... a dar o braço sem pôr o pé à frente.
Aprendamos a viver as alegrias dos outros como genuinamente nossas... aprendamos a sorrir na gargalhada do outro... aprendamos a poder acreditar.
E se isto fosse possível...
E se isto acontecesse...

Voltas

Andei à tua volta, mas... não estavas lá... não estava lá.
Tinhamos partido para parte incerta... por tempo indefinido... para lados opostos na tentativa de nos encontrarmos numa curva do caminho.
E o "nunca mais" começou a ganhar forma com o passar dos anos. E os teus traços começaram a esbater-se na minha memória. E os nossos contornos a esfumarem-se.
Até "sempre" meu destino... numa curva qualquer.

sábado, 4 de setembro de 2010

Retornos e regressos

Retorno a casa e regresso a mim.
Com sombras e sorrisos, duvidas, angústias e certezas inabaláveis.
Estou de volta... sou eu... sempre eu e muito eu. Com um bocadinho de cada amor e desamor, de cada conquista e desilusão. Com um bocadinho de cada cada sorriso que me foi oferecido e de cada murro no estômago que me foi dado.
E o eu sou eu... e o eu somos nós... todos.
E quando partir nunca mais será para sempre... deixo as árvores que plantei e cuidei com a ânsia e a obstinação de quem quer partir ficando.
E quando partir... retorno a casa... com um regresso a mim.