segunda-feira, 29 de março de 2010

Sim, estou de mau humor...

Sim, estou de mau humor.
E então? Também tenho direito.
E quero estar assim.
Não tentem dissuadir-me porque quero estar como o tempo... cinzenta.
Pelo menos por hoje.
Não adianta malabarismos ou passes de magia... estou assim e ponto final.
Sim, estou de mau humor.
Não escolhi estar assim... mas escolho ficar assim... por um tempo.
Quanto? Sei lá?
Por algumas horas... por meses... para sempre. Com disfarces.
Quam sabe. Eu não. Nem me preocupo com isso.
Sim, hoje estou de mau humor.

quarta-feira, 24 de março de 2010

De regresso a mim

Estou de regresso a mim... finalmente... Num silêncio bom.
Andei por fora... tanto tempo... tantas vidas.
Minutos que pareceram anos... anos que foram segundos.
Rasguei-me, sem nunca me curvar.
Cresci... metros a fio.
Juntei novos companheiros nesta caminhada... deixei outros pelo caminho... e outros ainda nos seus caminhos.
Respeito... respeitos mil.
Finalmente... de regresso a mim... em silêncio.

Para Fábrica das Letras - "Silêncio"

terça-feira, 16 de março de 2010

Tesouro

Esgravato na terra... à procura de um tesouro... do meu tesouro.
E alguém o tirou de lá.
A terra já está remexida...seca.
A terra entranha-se nas unhas e na pele. Afasto pedras, arranco ervas. E a terra encarde-me a pele e a alma. Nunca mais sairá de mim.
E é esse o meu tesouro.

Alma à solta

Não sou de cá... não pertenço aqui. Mas estou cá... incrustada.
Um corpo emperdernido, sem movimentos. Uma mente ágil, esvoaçante.
Uma mente que é de cá, de lá, daqui e dali. Sem na realidade ser de cá ou de de lá, daqui ou dali.
Um corpo, matéria... que é daqui e por aqui acabará.
Um alma à solta por este e por outros mundos.
Uma trancendência que me transcende o aqui.
Que me confunde, me atira ao chão, me levanta... para depois começar tudo de novo.
Até à paz!!!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Vi

Vi, está visto, materializado.
Sempre existe.
Mas tu já não és tu... não existes.
És-me estranho, indefinido... sem contornos...os que conheci.
Sinto pelo que não vivemos e me foi prometido... mas o meu lugar já não é lá.
Quero respirar... devagar. Deixar as lágrimas correr... sem pressas.
E seguir sorrindo.