sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Wallyyyy!!!!!!

Um saco de berlindes... um pião... um livro... tudo dentro do bolso da camisa.
A praia deserta... gaivotas em terra, tempestade no mar.
"Wallyyyyy!!!!!!!!! Wallyyyyyyyy!!!"... um grito rasgado com o mar como pano de fundo.
Cheiro a sal, areia nos pés... onde estão os peúgos?... e a manta?...
E o pufe num canto eterniza a espera. A espera de um olhar parado, de uma naúsea sentida. A espera de um rasgão, de uma gota de sangue que escorre e se mistura nas lágrimas.
"Wallyyyy!!!"... susurra.

domingo, 18 de outubro de 2009

Lisboa

Olha só para ti!!! Olha só para mim!!!
Consegues olhar para dentro de nós??? De ti??? De mim???
Ainda consegues???
Ainda consegues ver alguma coisa???
Eu??? Um farrapo a cada lembrança... a cada sonho destruído... a cada esperança roubada.
Uma sombra do que fui... por opção... por escolha própria.
Eu??? Uma mar de luta... de revolta... de brusquidão...
Uma sombra do que sou a vaguear por esta Lisboa que partilhamos.
O que resta de um nós... Lisboa.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Onde?

A saudade no futuro, de um passado... num presente entorpecido e enublado... vivido entre trambolhões e sorrisos.
Joelhos esfolados, pernas carregadas com nódoas negras... um história em cada uma... uma vida... uma vivência.
A saudade no presente, do passado... num futuro idealizado... a dois... a quatro mãos... sozinha... afinal sempre comigo.
Unhas partidas e cravadas na terra húmida... e escorregadia. Cabelo molhado pela força das lágrimas.
A saudade no passado, do futuro... num presente feliz. Uma saudade que acabará por ficar por lá... num passado preenchido a espaços... completo aqui e ali.
E aquele vazio tão cheio sempre de volta.

"Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado, juntando o antes, o agora e o depois
Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho!
Não sou nem quero ser o seu dono

É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho meus desejos e planos secretos
Só abro pra você mais ninguém
Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela, de repente, me ganha?
Quando a gente gosta

É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?
Quando a gente gosta

É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?"
(Sozinho, Caetano Veloso)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Improbilidades prováveis

Um epaço vazio...
Uma linha em branco... muitas...
Uma inexistência sentida ao limite das gotas de suor.
E um sorriso arrancado à pedrada das entranhas de um ser.
Um vento que sopra em tom de brisa, suavizando os dias cinzentos.
A poeira que se levanta e roça na pele sem autorização prévia.
O cheiro a terra na palma das mãos e as unhas sujas de lama.
Um sol a queimar a pela ressequida pelo sal do mar... enquanto as ondas batem suavemente nas rochas para não acordar o Mundo.
Uma nuvem a passear de mão dada com outra... em bicos de pés.
Quero estar lagarta e vou guardá-la numa caixa... também ela verde... verde clara!!!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Nunca

Separam-nos simples minutos... eternos segundos. Estaremos para sempre separados sem assim o termos desejado. A vida afastou-nos, mesmo quando sentados no mesmo sofá e a dividir a mesma manta, mantendo-nos ligados para sempre numa infinita ironia!!! A vida a fazer troça de nós...
Encostada a ti consegui sonhar. Mas... para quê? Para me esborrachar no chão de pedra no minuto seguinte. Vezes sem conta. E me levantar outras tantas vezes sem conta, com a boca cheia de sangue e a tentar ir ao fundo das minhas entranhas buscar a vontade de voltar a acreditar sempre?
Vale sempre a pena... dizem que sim... dizem que estamos vivos... irra! Estou cansada de viver de muletas na alma...
Até que se deixa de acreditar. Apesar de se voltar a sorrir.
Marcas profundas... feridas que nunca vão fechar. Nunca.