quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A passo

Ontem deste mais um passo.
A cada dia te vais afastando um pouquinho mais.
Entre fumos e gargalhadas.
Com a insolênciaa arrebitar o nariz para cima.
Ao lado dos camaradas, que os velhos não acompanham.

Ontem deste mais um passo.
Espreitaste fora do ninho.
Estás a preparar o vôo. Eu sei disso.
E não te posso reter.

Ontem deste mais um passo.
Caminhas com a tua seita.
Fica o carinho guardado e as saudades antecipadas.
Um dia voltas.
Eu voltei

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Sabes...

Sabes... um dia tudo isto acaba.
Todas as dores se esfumam e são consumidas, um dia, por um qualquer fogo que nos deixará em pó.
Todas as tristezas serão, finalmente reduzidas ao nada... que sempre deveriam ter sido, mas não conseguimos.
Este desespero constante, que vai ganhando voz ou se aninha escondido atrás de um sorriso fraco, deixa finalmente de se cravar na carne.
Tormentos, ansiedades, angústias... aquelas que parecem nunca ter fim... terão.
Sabes... um dia tudo isto acaba. E finalmente gozaremos da sonhada paz.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Finalmente...

Este ano... finalmente...
Ofereço-te corações lamechas e deixo que me leves a jantar.
Dou-te a mão. Encosto-me a ti.
Deixo-me ir.
Abraço esta felicidade.
Rio alto.
Quero-nos.
Foleiros, pirosos... Não quero saber.
Estou feliz.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Hoje... só hoje

Hoje está chuva e eu estou como o tempo...
Deixa-me saltar para o teu colo mãe e aí ficar.
Afaga-me o cabelo.
E sem dizeres nada deixa-me sentir que vai ficar sempre tudo bem. Porque tu vais estar sempre por cá. Porque o teu colo vai estar sempre à minha espera.
Limpa-me as lágrimas que escorrem e embala-me.
Quero voltar a adormecer ao teu colo.
Talvez para (um) sempre.

Cansada

Estou tão cansada.
E o mundo não pára, por um minuto sequer.
Talvez se eu entregar as luvas e me sentar a um canto tudo acalme.
Entrar numa letargia. Deixar tudo andar por si só. E ver o que acontece.
Estou tão cansada.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Fechar os olhos

Uma pequena brisa toca-me na cara.
Franzo o nariz.
E volto a fechar os olhos.
Não quero ver mais.
Recuso-me.
E advogo-me este direito em qualquer barra de tribunal.
Julguem-me se quiserem.
Atiram as pedras.
Os meus olhos não se voltarão a abrir para as feiuras deste mundo.