domingo, 11 de dezembro de 2011

Sabe bem...

Sabe bem ser a pessoa com mais sorte do universo... pelo menos do meu... onde giro eu.
Um ataque de egocentrismo? Talvez. Mas sabes bem poder dar-me a esse luxo.
Sabe bem andar de pijama por casa e trabalhat no melhor escritório do mundo... a minha cama quentinha e atafulhada de edredons.
Sabe bem passar tempo infinitos... que são infinitos porque eu assim o decidi... de meias grossas nos pés, comiscando qualquer coisa de hora a hora... a ler... a escrever...a traçar ideias no papel do computador.
Sabe bem interromper tudo isto para pequenas conversas com quem se ama... muito.
No final do dia... e contas feitas... sabe bem viver.

sábado, 19 de novembro de 2011

Um dia...

Um dia... a qualquer hora...
...vôo para bem loge.
... rodopio na relva molhada pela chuva forte... como nos filmes.
... e a seguir como um gelado... com os cabelos molhados e a roupa colada ao corpo.
... apanho ervas aromáticas e cogumelos coloridos.
... passeio no arco-iris.
E talvez nem regresse mais.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Meu

Nunca tinha visto um arco-iris assim. Tão perto... tão enorme... com os vermelhos e laranjas mais fortes que nunca. Quis acreditar que aquele pedaço de arco-iris, bem junto a uma núvem cor-de-rosa, num dia frio de Lisboa no Inverno... era meu.
No final... um arco-iris no bolso e a certeza do egoísmo e da soberba do meu ser.
Tanta beleza nunca poderia ficar só no meu bolso.
No final... soltei o arco-iris.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Pensar a Vida

Colapso ao lado de um pequeno copo de plástico com jerupiga. Encosto o corpo pesado ao tampo da mesa, enquanto as cascas das castanhas se espalham em redor.
E ali fico várias horas... que se calhar foram breves minutos.
A cabeça a mil... mil e um... mil e dois.
Vou bendo o que resta da jerupiga, enaquanto o adocicado da bebida se entranha nas veias.
E penso a vida.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Hoje

Hoje encostei-me a ti e deixei-me ir. Encostei a minha mão na tua e senti o calor. Respiravas suavemente ao meu lado. Adormeci.
Hoje acordei-te com um... dois... três... mil beijos. E senti o perfume da tua pele e dos teus cabelos em mim. Reviraste-te ligeiramente e entreabriste os olhos.
Hoje... foi assim.

domingo, 30 de outubro de 2011

Férias

Hoje preciso de umas férias sabáticas de mim. Ir embora. Tirar uns dias de mim mesma. Para poder voltar maior, mais forte... até à próxima vez. Que pode ser amanhã. Daqui a um mês ou simplesmente umas horas.
Preciso ir... depositar estas lágrimas lá longe. Levar esta dor daqui para fora.
E depois voltar... com o sorriso de sempre.
Até logo.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Serei feliz...

... até ao fim...



quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Que saudades

Que saudades tão grandes. Doiem muito.
Vejo as últimas fotos e sorrio.
Apetece-me abraçar-vos, num abraço eterno... que faça a a magia de parar o tempo. Nem que seja por breves segundos.
Fecho os olhos, encosto a cabeça no braço do sofá e sonho.

sábado, 27 de agosto de 2011

Ventos fortes

Um vento forte sacode-me por dentro e por fora. Obriga-me a fincar os pés no chão e revira-me a alma. Tento pô-la do outro aveso.
E torna-se tudo num ciclo, vivido em momentos. Agarro alguns deles e protejo-os dos ventos fortes, que sei que vão voltar. Voltam sempre. E sabem que eu cá estou.
Apanham-me distraida. Mas essa sou eu.
Apanham-me de coração livre. Mas essa sou eu.
Sonho a recompensa... que tem vindo em momentos. E agarro-a e protejo-a de todos os ventos fortes.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Falta-me...

Falta-me rodar o mundo com as estrelas na mão e contigo num rasto de luz.
Falta-me dizer-te que te vou lembrar para sempre e vou guardar as nossas saudades bem junto ao peito.
Falta-me tanto.
Falta-me reaprender a acreditar... a sorrir... a dançar descalça.
Falta-me resgatar o brilho dos meus olhos que guardaste em local inacessível.
Sonhos sentidos bem longe... impossiveis???

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Posso?

Posso fugir? Só por um bocadinho e volto já.
Abandonar-me por umas horas à minha sorte... e ver o que dá.
Sair de mim... pairar por alguns instantes.
O regresso está garantido. Não dá para se fugir para sempre.
Uns instantes bastam para repousar a alma.
Posso?


Tema para o desafio de Agosto da Fábrica das Letras - "Fugir"

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Home Alone

De repente, sem aviso prévio, sem razão aparente, sem explicações que realmente expliquem... sentaste-te no teu canto e saiste da minha vida.
Tentaste alguns retornos em vão. Eu tento a cada visita. Em vão. Luta inglória, coroada de pequenas glórias... destruídas despois a pontapé.
Em frente um do outro, com as saudades na palma das mãos, não conseguimos voltar.
Pelo caminho o vazio ocupou o seu lugar entre nós e por lá foi ficando. E minou esse espaço.
Até quando?

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Regresso

Um regresso com regressos... Nunca há um só regresso. Regressa o corpo... a bagagem... parte do espirito.
Mas a alma, essa mantem-se errante. E viaja entre o cá e o lá. Vai regressando entre pontos de partida e de chegada. E só permanece onde eles estão... comigo.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Relógios

O relógio marca o companso... mesmo o digital. Numa era de autómatos cruéis que se movem cegos pelas ruas.
Procuro uma réstia de humanidade e lá vou encontrando a espaços. Um erva verde entre dois muros de betão, uma flor amarelinha no cimento e uma outra mais à frente, que finta os carros numa qualquer beira de estrada.
... um ser humano minúsculo que se engrandece e arrasta consigo uma pequena horda de cabeças pensantes... espécie em vias de extinção.
Um relógio gigantesco marca as horas, marca os ritmos... e ai de quem daí se desvia... ai de quem sai fora da linha... ai de que se humaniza.
É a escolha, a derradeira escolha... ali, na fila, aceite entre os demais... ou... eternamente só, numa luta desigual e sangrenta e eternamente perdida... para quem fica na linha.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Vozes

Uma voz tão doce encosta-se a mim e permanece breves minutos. Queria parar o tempo, os movimentos... mas guardo para sempre o momento... as fotos mentais que se vão esbatendo nos meandros da minha memória.
Queria até morrer assim. Abraçada em ti... em vocês... e nas recordações doces das nossas vidas.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Presentes

O Natal é hoje, chegam os presentes. Mal dormi. Revirei-me na cama horas a fio até adormecer num sono entrecortado, agitado por sonhos mil dos quais já nem me lembro. Não contam. Não interessam.
A noite passou.
Acordei de manhã naquela ansia de saber que hoje é Natal.
Já programei tudo e desprogramei umas mil vezes... pelo menos.
Sei que nada vai ser como o esperado. Sei que vai ser sempre muito melhor.
E espero o dia a passar.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Mais um dia

E pronto, já está mais um dia... e começa o dia. Entro no carro, tranco as portas, ponho o cinto, ligo o rádio... gestos automáticos... todos os dias, mais ou menos à mesma hora. Até já os deuses se habituaram e esperam que eu acabe o meu ritual e me ponho a caminho para me assaltarem o pensamento.
E penso nos meus amores... e invariavelmente em ti. De mansinho... um quilometro mais à frente que no dia anterior ou uns metros mais atrás lá chegas tu de mansinho. E ficas, pelo menos até à curva seguinte.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Ainda aí estás?

Agito os braços no ar, na ânsia de que me vejas... de que alguém me veja.
Mas já não me vês... eu não sei por onde andas... e cruzo-me diariamente com simpáticos estranhos que me sorriem.
As minhas dores conheço-as eu... as alegrias também.
Vou soltando risos para o ar... guardando sorriso... encolhendo as lágrimas que são só minhas.
Cada vez mais numa concha pequenina só minha... aberta a espaços para o Mundo.
Ainda estás aí?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Xiuuuuu... é segredo.

Não contes nada a ninguém... sussuro.
Xiuuuuuuu... é segredo... digo baixinho.
É só meu.
É segredo que ainda te amo e que as nossas memórias me acompanham todos os dias nos percursos de carro... nas músicas partilhadas... nos passeios de mãos dadas... nos pés descalços pela praia.
É este o meu segredo... as nossas memórias no fundo da mala... e da alma.
Uns dirão que sou louca... que o tempo tudo apaga. Outros encolherão os ombros. Outros ainda acharão que não vivo aqui, neste mundo.
Por isso é segredo. Podem até achar-me louca... descabelada... de pés fora da terra e cabeça no ar. Podem até encolher os ombros.
Mas estas memórias boas não permito esquecer-me. Embalo-as entre sorrisos e saudades. E um grande amor nunca se pode perder de vista... nem que seja nas memórias.
Por isso... xiuuuuuuuu... é o meu segredo.

Tema para o desafio de Julho da Fábrica das Letras - "Segredo"

terça-feira, 5 de julho de 2011

Passos

Fechei a porta devagar e saí em silêncio. O som dos meus passos foi a minha companhia durante algumas horas. Ritmados, lentos, ajudaram-me a reorganizar-me. O tempo que precisei deles, estiveram lá, a marca compassos.
Depois... depois peguei-lhes ao colo e continuei a caminhar. Porque não dá para parar.

terça-feira, 17 de maio de 2011

xiuuuuuuuu!!!

Xiuuuuuuuuuuuu... Não digas nada. Limita-te a permanecer por aqui.
Voltámos de costas voltadas... para reaprender aquele amor. Lentamente. Permanecendo.
As palmas das mãos feridas, os pés em chamas e tudo o resto em pedaços.
Sim, talvez juntos...
Lentamente. Sem uma pressa apressadíssima, que os dias estão a acabar.
Ficámos assim... quietos... pele com pele. A respirar baixinho. Xiuuuuuuuuuuu... Não digo nada. Limito-me a permanecer por aqui.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

E afinal?...

E afinal tanto tempo para depois tudo se esvaziar em silêncios cortantes e eternas ausências.
Propósitos insanos juntam-nos... e afastam-nos.
Alguém, algures, nos manobra de forma preversa, sem dó das dores causadas.
Esticamos os braços o mais que podemos, mas já não nos alcançamos.
Está criado o pior de todos os vazios... o da falta de partilha partilhada.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Memórias das memórias

A memória é um ser vil, que nos atraiçoa. Faz-nos sonhar... faz-nos voar... e no final... nada foi bem assim.
Quando foi a última vez que me aconchegas-te a roupa na cama e me deste um beijo de boa noite? Não me lembro de nenhuma vez.
Quando brincas-te comigo de gatas no chão, entre as bonecas e os tachinhos ou os jogos de memória? Não sei, não me lembro.
Mas tenho tantas boas memórias de nós.
E no dia em que tudo passar... até a memória... irei agarrada às memórias de todos nós.

Luz

Será que ainda sei escrever? Se é que alguma vez o soube...
Meia dúzia de rabiscos no meio de uma solidão povoada de gentes. Vou deixando vidas pelo caminho, vou agarrando outras. Todas minhas... nenhuma verdadeiramente minha.
Até que se muda de luz... num dia de sol tempestuoso.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Um sol

Um sol imenso invadiu-me o olhar e deixou-me o corpo num torpor maravilhoso. Um torpor que se alastrou até à pontinha dos dedos dos pés... que são pequenos... redondinhos.
Um sol imenso sorriu-me hoje de manhã e vai sorrir-me ao fim da tarde e antes de adormecer... cansada.
Um sol imenso leva-me pelo sonhos de quem não se conforma, de quem mesmo a dormir vive acordada.
Um sol imenso recebe-me e abraça-me todas as manhãs... mesmo quando eu, de casmurra, insisto em não o querer.
Deito-me neste sol imenso, que me vem envolvendo pela vida... e viajo.

terça-feira, 1 de março de 2011

...

Entrelaçados. Assim ficámos. Meia hora? Uma? Dias eternos? Não sei, nem procuro saber. Limito-me a viver. A arrancar sorrisos, alguns a ferros em brasa. A soltar gargalhadas sonoras que abafem a dor. E a aceitar as suavidades que se soltam a espaços e me suavizam o ser.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

...

Continua a marcar o compasso. Ali. Sem se mover. Uma peça de museu. Ali. Esquecida de todos menos de si própria.
Os solavancos sulcaram-lhe o destino, que agarrou com força até se ferir. E mesmo assim nunca baixou os braços. Nunca abrandou o passo. Um ritmo ao ritmo dos ritmos. E mesmo assim está lá... ali.

Loucuras

Uma loucura apodera-se de mim e corro mundo com o mundo às costas. Espalho sorrisos, transporto alegrias, transbordo energias.
E tudo roda a uma velocidade estonteante, sem nunca abrandar. E continuamos formigas errantes, num rumo sem sentido... com os nossos sentidos.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Noites brancas

Noites brancas. Um livro na cabeceira. Aberto. E a história continua a viver, dentro daquelas páginas. Não pára. Sorrisos abertos, lágrimas em forma de chuva. Correrias aos gritos, silêncios perturbadores. Canções de embalar, choros sentidos... e sumidos... no ar de uma noite branca.
E o livro fica ali, aberto na eternidade... na imensidão.
A espaços uma página vira-se... respira em mim... aconchega-me.
Mais uma aventura, mais uma flor atirada pelo caminho. E o marcador descansa enfim... durante algumas horas... numa noite branca cheia de vazios com muito sentido... com todos os sentidos.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

...

Ali estás tu, naquele canto. Vejo-te, sinto-te a respiração e os suspiros. Quero falar-te. Tento falar-te. E não consigo. Não sai nada. Só um lágrima que escorre e me deixa os olhos brilhantes. Já não me vês.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ser ingénua

Será ingenuidade querer o bem dos outros?
Será ingenuidade achar que adianta não baixar os braços?
Será ingenuidade continuar a lutar?
Será ingenuidade reger a vida em torno do conceito de honestidade?
Será ingenuidade achar que ainda vamos a tempo de sermos melhores e de fazermos mais e melhor?
Será ingenuidade querer continuar a fazer a diferença pela positiva?
Será ingenuidade querer a verdadeira justiça?
Será ingenuidade acreditar na amizade?
Se é ingenuidade... Se isso é ser-se ingénua... então, ainda bem que sou ingénua.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Felizes para sempre

Onde está o ...e foram felizes para sempre?... Em que caixa o guardaram.
Já virei tudo de pernas para o ar... do avesso... ao contrário. E nada.
Desapareceu. Perdeu-se nos escombras de várias vidas.
Nunca existiu.

...

A dor da flecha lançada que se perde no ar, entre arvoredos e lagoas cristalinas.
A dor da flecha que se perde e vagueia sem lugar onde assentar a alma.
Alma errante. Em desassossegos vários. Em caminhos pedregosos, escondidos por pequenas ervas e musgos. Um tropeção... dois.
Um caminho encontrado... outro perdido. Uma flecha que se lança sem retorno possível. E tudo parece perdido juntamente com a felcha esquecida, despresada, ignorada... erradamente ignorada?... fingidamente ignorada?... propositadamente ignorada?... medo, por muito medo. Uma cegueira escolhida. Arrependida.