segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Infinitamente

Há dias que se arrastam infinitamente sem percebermos os porquês das razões.
Fecho os olhos e tento distrair-me em mim. Mas aquelas imagens não se apagam.
E o dia arrasta-se infinitamente.
E com os dias as imagens esbatem-se... dão lugar a outras.
E a vida arrasta-se infinitamente num turbilhão de vontades. Numa pressa desmedida. Onde tudo passa ao ritmo de um enorme tropeção... infinitamente.

sábado, 20 de novembro de 2010

Em frente

Quedas... dor.. vontade de largar tudo.
E continuar sempre.
Saber que amanhã é outro dia... que daqui a sessenta minutos é outra hora... e que daqui a sessenta segundo outro minuto...
Manter a cabeça de fora...
O corpo em suspenso...
Pairar.
Manter sorrisos. Ganhar sorrisos.
Disfarçar dores... tapar as feridas... esconder as cicatrizes.
E seguir em frente.
Sempre em frente... nem sempre para a frente.

Hoje preciso...

Hoje preciso que me puxes para ti... que me abraces no teu calor e me beijes os cabelos.
Hoje preciso que fiquemos assim... imóveis... no nosso canto. Com a cabeça no ar... e os pés bem assentes na terra.
Hoje preciso de ficar de olhos fechados... aninhada em nós... porque os sentidos são cinco e os sentimentos mais de mil.
Hoje preciso que me puxes para ti... só.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

...

Um sabor amargo tão conhecido está de volta. Sei que vai acabar por passar. Mas enquanto está... está mesmo.
Uma vontade de fechar os olhos por uns dias... e quando os abrir o efeito memória desapareceu. Mas não vai ser assim, nunca é.
E leio frases feitas que só nos animam quando não precisamos dela.
E remeto-me aos meus silêncios povoados de gargalhas ôcas e olhares tristes.
E a consciência volta a atraiçoar-me. E a doer.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Acreditar?

Acreditar?... É tão cada vez mais difícil...
Quando parece que sim, que pode ser, que talvez eu é que tenha estado enganada desde sempre o desânimo volta a assolar-me.
Uma onde que varre tudo... e deixa algumas algas e conchas... outra onda que volta.
Os braços voltam a baixar-se, num movimento abrupto e automático. Enrolo-me em mim, num gesto que tão bem conheço. E que me protege.
Nada a fazer. Parece que é assim mesmo.
Um névoa volta a rondar. Volto a ouvir as canções de sempre, dos poetas de sempre... e que vivem comigo sem sequer desconfiarem... sem medos, sem cobranças... sempre, sem súbitos e inexplicáveis desaparecimentos.
E é mais um vez isso a vida. Vidas que se cruzam com a minha e na minha... e saiem.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

...

Dou-te a mão e sorrio aos teu lado. Puxas por mim e corremos no passeio... sem parar.
Pelo caminho aninho-te no meu colo, a espaços, seco-te as lágrimas e lambo-te as feridas.
Ensinas-me como se volta a sorrir... só por sorrires para mim.
E passamos a partilhar sorrisos... e risos... e abraços longos e apertado.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

...

Os olhos fechados... uma respiração suave... um pequeníssimo sorriso no canto da boca... cabelos em desalinho.
Sonha. De certeza que está a sonhar. E eu fico ali... horas... a sentir aquilo que nunca é demais sentir-se... a sentir aquilo que só eu consigo sentir. Está ali e é só meu... o cheiro, o calor, o sorriso.
Fecho os olhos e permaneço para sempre naquele momento.