sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Tropeção

Tropecei em ti... sem querer... sem estar à espera. Uma surpresa. Mantive o desequilíbrio. Porque sim, por teimosia. Por pura curiosidade infantil, de quem espera algo mais. De quem espera sempre algo mais de si própria e da vida. Mas também com os receios de quem já viveu o que não queria ter vivido, e continua com feridas abertas...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Em vão...

Cansada prossigo... com a sensação de que tudo será muito provavelmente em vão. Tudo vai acabar um dia. Mas não consigo desistir, não me está na alma, não é o sangue que me corre nas veias.
Baixar os braços? Confortável, mas impensável. Quem me dera. Descansar, por um pouco só que fosse, a alma.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Lá fora

Lá fora uma neve miudinha vai tapando tudo. Com fervorosa dedicação tece uma manta branca, ponteada aqui e ali por pontinhos teimosos que teimam em não se deixar cobrir. Uma cobertura fria, mas que de dentro de casa, do quentinho da lareira, que já está acessa à uns três dias, parece ser feita de açucar. E é aí que a imaginação pode voar... e nem é preciso fejar os olhos.
Lá fora um vento fraco, mas árido, percorre o ar, junto ao chão, alisando esta manta de neve que se cria rogoso. E destapa alguns pontos, para ir mais à frente tapar outros. Empurra folhas que resistem ao mau tempo e pequenos grãos de terra.... um ramo ou outro.
Um jogo da apanhada, uma brincadeira de inverno.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Dores d'alma

O que fazer quando um filho nos chora desolado nos braços? O que fazer quando o nosso bebé começa a perceber que andar por cá não é das tarefas mais fáceis? Que por vezes doi, magoa, amachuca...
O que fazer quando um filho percebe que muitas dessas dores mortais são causadas por quem mais ama? Por quem o devia amar e proteger das intempéries... e estar sempre lá.
Tento transferir para mim essas dores, engolir-lhe o choro... tirar-lhe tudo o que o fere.Mas não dá. Abraço a minha cria até ouvir uma voz de choro já fraca dizer... mãe, estás a apertar-me muito. No meu inconsciente tentei assim que tudo ficasse bem. Mas não dá.
Dor de mãe é isso mesmo... uma dor de incapacidade, de impotência, de revolta.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Chuva

A chuva volta a fustigar as pedras da calçada. Penso que vem para limpar alguns dos meus desertos.
Chove há dias sem parar e com a promessa de continuar.
Os desertos mantêm-se inalteráveis.
Talvez devesse aprender a viver com eles em vez de os tentar erradicar. Penso...
Conclusões?... Provavelmente só as terei depois de morrer... a grande conclusão.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Gosto

Gosto deste sol de Outono, que me aquece debaixo do casacão que teimo em usar mal os primeiros ventos frios passam por Lisboa. Gosto de um livro que me faça companhia, de uma manta nas pernas e um chá quente na minha casa... com o sol a entrar pela janela e a iluminar-me as vidas.
Gosto do cheiro a doce de abóbora com canela e a marmelada que se passeia pelas ruas da minha casa e se perde por baixo das portas.
Gosto de ouvir os miúdos a brincar e de os sentir sempre por perto. Gosto de ver televisão agarrada a eles ou de fazermos jogos de palavras.
Gosto de receber uma mensagem de um amigo... um telefonema do meu pai... de conversas longas e gargalhadas (muitas garlagalhadas) com as minhas amigas de sempre.
Benvindos ao meu mundo!

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Hoje

Hoje... só hoje... apetece-me que chova... apetece-me comer castanhas assadas e cheirá-las.
Apetece-me passear debaixo do chapéu de chuva e sentar-me a ver o Tejo. E ali ficar... até lavar as mágoas que me restam.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Não desanimes

"Não desnimes..."... "Não desanimes..."... "Não desanimes"... dizem-me. Eu tento. Eu luto. Eu penso com o copo meio cheio. Mas nem sempre o sinto.
Por vezes um cansaço de tudo abate-se sobre mim e parece que deixo de respirar. Baixo os braços, enrosco-me em mim e... e amanhã é outro dia.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Colo

Nunca te sentes sozinho? Como se o mundo estivesse com todo o seu peso dentro do bolso das tuas calças?... Olhas em volta e sentes-te enredado na tua nuvem. Em redor os sons vão-se sumindo e as formas vão-se esbatendo.
Não tens em quem te enroscar. Queres deitar a tua cabeça num colo que não existe. Já não o sabes fazer.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Inquietação

Ando inquieta nos meus caminhos. Um sobressalto bom invade-me a cada momento. Percorre-me o corpo e finalmente respiro. Respiro fundo, várias vezes. Fecho os olhos e deixo-me levar por mim. Pairo ligeiramente. Dou-lhes a mão, sento-os no meu colo e abraço-os. O imprevisto.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Escolhas

Podia escolher ter uma fobia e não entrar no Metro.
Podia escolher enconder-me em casa, debaixo dos leçois.
Podia escolher sentar-me no sofá horas a fio a ver televisão... cigarro, que não fumo, ao canto dos dedos... cinza espalhada no chão.
Podia escolher a inexistência...
Mas não... por pura teimosia escolho guardar numa caixinha o meu lado cinzento escuro e enfretar a vida de frente... para o que der e vier. E sim... doi muito mais... ou doi de maneira diferente.
Mas a decisão está tomada, e estas é daquelas em que não dá para voltar atrás... por pura teimosia e como muito esforço.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Nunca esquecerei

Nunca esquecerei que me deste a mão em várias momentos em que os sorrisos se escondiam. Nunca esquecerei que estavas sempre por lá. Com um palavra amiga, um abraço, um girar de emoções.
E eu absorvi todas essas energias... e fui descendo sempre um pouco mais.
A milhares de segundos de distância... daquele momento em que a vida era vivida ao segundo... nunca me esquecerei que me deste sempre a mão para me apresionares a ti... lá em baixo.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Vou dar o meu coração...

Um destes dias deito fora o meu coração... não serve para nada... ninguém o quer. Para que serve um coração que ninguém quer? Só ocupa espaço e a espaços cria ansiedades desnecessárias. Bate descompasadamente, corta-me a respiração. Veio sem instruções e não o sei regular.
Fico com a máquina que bombeia sangue.
O coração... esse? vou dar... a quem fizer melhor uso dele.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Paixões

Paixões? O que é isso? Nunca mais... Até ao dia em que a caixa de pandora se abre. E depois... the same old. Afinal não dá... por qualquer motivo de nada ou por todos os motivos do mundo. E lá volto para a chamada zona de conforto, entre as páginas de um livro e um copo de vinho. E abençoo a alegria de me saber viva. E reforço convicções. E abraço(-me) (a)os amores de sempre.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Refém de Lisboa

Cheira a primavera neste agosto em que me encontro refém de Lisboa. Fiquei.
Enquanto todos rumam a caminho de um qualquer outro lugar... eu permaneço. Sem lutas, sem me debater contra moinhos de vento.
E aproveito o que esta Lisboa tem para me dar neste agosto.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Comboios

Parei para ver passar o comboio... daqueles que não páram em todas as estações e apeadeiros.
Ele passou... eu acenei.
Voltei ao meu recanto minutos depois.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Morrer de amor

Morre de amor quem ama de verdade, de forma incondicional. Morre de amor quem um dia acorda e a cama ao lado ficou vazia. Morre de amor quem um dia prepara as torradas e o café para dois, quando já só há um. Morre de amor a quem o sorriso é roubado e as lágrimas secam.
Depois... teatraliza-se. Finge-se que nada aconteceu... Segue-se em frente. The show must go on!?!?!?

domingo, 29 de julho de 2012

Passados

A minha energia vai baixando até quase ao ponto do não retorno. Os pensamentos correm à velocidade da magia, mas abafam a imaginação e os sonhos. É o poder do ontem... o passado que ganha força, que se agiganta e se instala na minha sala. Há dias em que vem para ficar. E eu rendo-me. Aprendi que não adianta lutar, que a luta para me soltar dessas amarras só o alimenta e lhe dá mais força. Sei que quando se cansar me abandona outra e outra vez... e eu volto a sorrir.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Aqui estou eu... de novo.

Aqui estou eu... de novo. Está tudo tão diferente! Mas... é tudo tão estranhamente familiar.
Movo-me com um à vontade que me enobrece... e ao mesmo tempo me comove.
Chego-me a estranhos... converso um pouco e sigo caminho... até ao estranho seguinte.
Os contrastes acentuam-se... movem-se e mudam de lugar.
E eu? Eu permaneço. Numa imobilidade que me leva além fronteiras, para lá do mundo...

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Aquilo que parece...

Aquilo que parece uma ruga não é. É uma marca? É uma cicatriz? Quem sabe.
É algo que vida me sulcou no rosto e lá foi ficando.
É algo que me faz lembrar todos os dias que este dia é mais um... a somar a tantos milhares de outros onde sorrisos e lágrimas se cruzaram e se completaram.
Aquela ruga... ou seja lá que nome tem... é só mais uma marca de guerra, uma prova de que estou viva. Um motivo de orgulho.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Realidade

Um pontinho de luz forma-se em mim. Uma ideia que cresce, sempre mais e mais até quase ao seu estado de exaustão.
Antes de rebentar num mar de estrelas sem fim... esvazia-se tolhido pela ferocidade da realidade.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Livro Solidário

O Gui é um menino como tantos outros, com muitos sonhos. Um deles é poder andar de bicicleta. (http://forcagui.wordpress.com/). Para que isso venha a ser possível precisa de fazer 3 horas de fisioterapia por dia (algo que é extremamente dispendioso).
Vamos ajudar?
Na sexta feira, dia 20, a partir das 18:30, o Centro Comercial de Odivelas (Kaue - Centro Comercial de Odivelas, Lda,
Rua Major Caldas Xavier, 52 - 1.C, 2675-311 Odivelas) cedeu-me um espaço para apresentar o livro "Das Minhas Águas Furtadas" e toda a verba angariada será para o Gui avançar com a fisioterapia.
Conto convosco!!!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Em ti

Senta-te. Respira bem fundo. Fecha os olhos por uns momentos. E vê-te.
Que vês tu? Nada?
Que despero toma conta de ti e te abalroa!
Calma. Volta a respirar bem fundo e a fechar os olhos. E permanece.
Acima de tudo... aprende a permanecer... em ti.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Um dia...

Talvez um dia volte a encontrar um grande amor...
Talvez um dia ponha a mochila às costas e parta sem rumo certo...
Talvez um dia tudo faça sentido... ou um sentido...
Talvez um dia tudo seja sentido... num sentido...
Talvez... um dia...

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Riscos

Traço um risco a negro numa pequena tela... muito ao de leve. E vou reforçando... até ficar no tom.
E o lápis ganha vida, guiado pela ponta dos meus dedos... e decubro que afinal até sei desenhar.
Não com as regras e os métodos das escolas de desenho. Não com os ritmos dos grandes pintores... ou dos desenhares de profissão.
Naquelas pequenas telas não há regras, não há caminhos, não há redes, nem balizas.
Naquelas pequenas telas não dimensões, nem equilibrios próprios.
Naquelas pequenas telas estou eu... naquele exato momento sou eu.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Há dias assim...

Há dias assim...
Há dias em que o peito aperta e o estômago fica num nó.
Há dias em que uma tristeza desmedida me pesa nos ombros.
Há dias em que o calor me abafa e me corta a vontade de respirar.
Há dias em que as saudades apertam de forma esmagadora.
Há dias em que o espelho me deforma e diminui.
Há dias assim...
E depois há dias...
Dias em que o sol brilha disparatadamente.
Dias em que os sorrisos se multiplicam.
Dias em que me redescubro.
Dias em que pairo.
Dias em que me surpreendo comigo e com o mundo... Dias em que me deixo surpreender.
Há dias com muitos dias por dentro.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Largando a dor

Ontem dei uns passos tímidos, espaçados... ao de leve. Hoje caminho em passos largos. Vou largando o passado. Vou largando a dor do ser...
As marcas? Nem todos as conseguem ver. Eu já não as vejo. Mas sinto-as. Renascem a cada dor de crescimento.
Passei a pisar terreno duro. Deixei para trás o arenoso, que me prendia os movimentos, me dificultava o andar, me prendia a alma... numa luta ao minuto por mim mesma. Por me resgatar.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Muda de vida!!!!

Às vezes nem estamos plenamente satisfeitos. Às vezes vamos ficando. E de vez em quando vamos agarrando com unhas e dentes os balões de oxigénio que a vida nos dá.
Às vezes somos brutalmente empurrados. Sentimos a injustiça, a auto-estima baixa ao limite e fazemos tudo, mas tudo, para mantermos a cabeça fora de água.
A certa altura percebemos que se cumpriu mais um ciclo. Que chegou a hora de mudar de vida.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Forças

Tenho muito frio... e lá fora dizem que está calor.
Faltam-me as forças anímicas. Quero sentar-me numa cadeira, recostar-me e ficar ali oras...assim... de olhos postos no nada. Até esvaziar a mente e a alma do que me atormenta.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Traições

As traições doiem sempre. Não fortalecem. Pelo contrário, deixam feridas que de tempos a tempos reabrem.
Falata de reconhecimento.
Falta de companheirismo.
Falta de...
E tudo volta a sangrar.

sábado, 31 de março de 2012

Companhias

É tão mais fácil deixar estalar a dor... sai sentida... sai doída.
Arrasta-me numa nostalgia saborosa... faz-me levantar vôo e... recordar.
É um moinha no fundo do peito. Aprendi a viver com ela.
Já não sei viver sem ela.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ao teu lado... sempre.

Uma tristeza abateu-se em mim. Olho o relógio e conto os minutos, que teimam em passar mais devagar que nos dias normais.
Quero ir buscar-te, abraçar-te. Aninhar-te no meu colo e dizer-nos... vai correr tudo bem. Estou aqui ao teu lado... vês? Sempre.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Em redor

Olho em redor e procuro encontrar um motivo para sorrir, uma razão que me dê o sentido de tudo.
Olho em redor e vejo dor, preocupação, avareza, mesquinhez... maldade. Vejo fome, corrupção, sede de poder, ganância.
Olho além e lá está... "o" motivo. Aqueles quatro braços que me envolvem no sorriso que procuro. E sereno.
E enquanto penso "vai correr tudo bem" adormeço. Porque o segredo está em ver além.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Este ano

Roubo a ideia a uma amigo... mas penso por mim, sinto por mim e para mim.

Este ano...
... vou procurar-me mais ainda.
... vou esticar-me aos meus limites e ir mais além.
... vou estar mais ainda comigo e com que realmente importa.
... vou lançar-me em projetos, muito meus.

Este ano...
... vai ser dedicado a mim... para que possa estar mais com os outros.