quarta-feira, 27 de maio de 2009

Voltar

Apetece-me escrever e nem sei o quê. Rodo as palavras na ponta dos dedos, na ponta da lingua...
E num jogo perigoso, ao limite, vou-as colocando desordenadamente por ordem.
E mudo tudo alguns segundos depois... e volto a reordenar. Num sorriso com lágrimas.
Uma lágrima... duas... escorrem finalmente pela cara. Depois de terem secado... mais de um ano.
Nenhuma palavra, nenhum argumento as convencia.
E do nada, só pela força da energia... e talvez por isso do tudo... voltaram a escorregar, uma e depois outra, do lado esquerdo da cara. Tive de lhes tocar, não fosse só uma ilusão.
As palavras continuam num rodopio entre a ponta dos dedos e a cabeça. Não param, surgem em correria atribulada, em grupos gigantescos. E depois uma e outra e mais outra sozinhas ou em pequenos grupos. Não há regra.
As palavras nasceram livres, sem regras, sem pressões... as palavras libertam-se e libertam-nos a cada instante e fazem-nos renascer a cada momento parado. Basta saber lê-las. Basta trazê-las ao colo.

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