terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

“A pior coisa na vida é...”


Enrodilhada numa teia de mentiras e desonestidades caminha de cabeça
baixa, amor próprio ferido de morte, olhos no chão, com lágrimas a quererem
irromper a qualquer momento e que trava à força, dor no peito.

Está perdida… no mundo, na cidade, na vida. Pior, perdeu-se há muito dela e
dentro dela.

Quer fazer algo, mudar o seu rumo, escrever de outra forma o seu destino.
Quer escolher outros tons para si e para a sua vida. Tons mais claros, mais
abertos, mais límpidos. Tons que a mostrem a ela e não ao monstro em que se
tem vindo a tornar.

Mas não sabe como, não sabe por onde começar. Sente-se aprisionada num
mundo negro e de dor que ela própria criou. Ela é a única responsável e sabe
disso… e vive isso todos os dias.

Volta a casa na esperança, que nunca morre, de encontrar ali a ponta por onde
vai pegar, o brilho e o viço dos quais se perdeu com o avançar da idade.

Enrodilha o seu corpo num canto onde fica horas…Pela sua cabeça, que nada
do que foi obrigada a fazer lhe perdoa, voam, numa sucessão estonteante,
todos os momentos dos seus últimos anos. Um espelho da mentira em que se
tornou… por fim adormece.

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