quarta-feira, 8 de abril de 2009

Memórias

Lembrei-me de ti hoje. Como deves estar crescida.
Como já não nos reconheceremos... de forma alguma...
Lembrei-me com as saudades das memórias.
As piores saudades de todas... que também podem viver como as melhores.
Sim, porque a memória e as suas memórias atraiçoam... no bom e no mau, no melhor e no pior.
Tentamos agarrar o lado bom e logo se arrasta por entre o chão, subindo-nos por uma das pernas... só por uma... enrolando-se desde a cintura ao pescoço e apanhando-nos os braços... as saudades.
Que nos imobilizam e paralizam e tolhem movimentos.
Por requinte de malvadez deixa-nos rodar o pescoço em 360 graus... para a esquerda e para a direita.
E aí procuramos desesperadamente uma nesga de luz que nos indique o caminho.
E aí procuramos com avidez qual o percurso que queremos seguir... queremos um com menos altos, menos pedras, menos curvas e contracurvas.
E quando finalmente essas saudades voltam a soltar-nos o corpo acabamos invariavelmente a escolher o caminho mais irregular!
E lá voltamos a erguer a cabeça e a caminhar... primeiro a medo... depois com outra confiança recém adquirida.
Lá voltamos a cometer alguns dos mesmos erros e outros novos acabadinhos de inventar.
La voltamos a soltar risos e gargalhadas... aplausos à vida... até...
Até um dia!!!

1 comentário:

  1. A saudade do passado dá-nos, por vezes, um alento inimaginável para enfrentar-mos a ideia de futuro... Porque este é apenas isso mesmo: uma ideia. As memórias - tão vivas - são aquelas imagens que nos fazem conscientes de nós, e do que somos capazes, no presente... No agora.

    ;)

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