Um espinho de cravo crava-se-lhe numa perna, bem junto ao joelho, à articulazção do joelho, e imobiliza-a.
Espinhos na alma? No ser? No coração? Demasiado banal... demasiado visto... demasiado ouvido. Aí cravam-se estacas... algumas bem fundo.
Retira o espinho sem contemplações e prosegue o caminho arenoso enquanto um fio de sangue, que rapidamente se atorrenta, lhe escorre pela perna e lhe encharca a meia.
Sapatos na mão... descalça as meias e deixa que o seu sangue humedeça primeiro a areia e depois se misture nela, e com ela crie uma pasta respirante em redor do pé.
Não será um espinho de cravo que lhe tolherá os movimentos... lhe turvará a visão... ou lhe retirará a liberdade serena... não será um espinho de cravo num Abril...
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