quarta-feira, 1 de abril de 2009

De pés neste chão

Poiso um pé... devagarinho. Depois o outro.
E escolho percorrer assim o Mundo... a partir de agora.
Não fazer barulho.
Não chocalhar.
Não acordar mais monstros adormecidos milenarmente.
E fazer assim a diferença.
Efeito surpresa!
A serenidade na ponta das mãos... nos dedos.
Ensinamentos tão milenares quanto os monstros de várias vidas.
E a possibilidade de sermos diferentes a cada momento.
A alegria de podermos ser incoerentes...ou parecer... sem sermos inconsistentes.
Sem traições... mesmo assim.
Honestidades.
Poiso outra vez o primeiro pé... devagarinho. E mais uma vez o segundo pé.
Num silêncio estrondoso... a partir de agora.
Um silêncio que chocalha, faz barulho, abana... e ensurdece os monstros milenarmente adormecidos.
Reposicionamentos mil... à velocidade do Mundo.
Entre abraços mil... sorrisos... lágrimas secas.
Correrias pelo Mundo... sem barulhos... em silêncios ensurdecedores.
E num salto veloz outros Mundos se abrem... automaticamente... de portas escancaradas e braços abertos, prontos para se fecharem sobre os nossos ombros... sem apertarem em demasia, sem quererem asfixiar.
Ir e vir.
A asfixia... viscosa... escorrega-nos das mãos, por entre os dedos, até se esborrachar na terra seca e sem vida além da vida.
O óbvio que sempre lá esteve... que só agora entra pelas órbitas dos olhos sem lentes filtrantes.
A escolha a cada instante.
A alegria do livre arbítrio.
Sem mais julgamentos sumários minuto a minuto... segundo a segundo.
A relatividade.

1 comentário:

  1. Crepúsculo dos heróis2 de abril de 2009 às 07:38

    Que texto impressionante

    Gostei tanto.

    Se continuas assim ainda vais longe

    (para que não subejem duvidas, não estou a ser ironico).

    Bjs

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