quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Namorar é preciso: Paixão


Vagueei sem pressas naquela  passeio de pedras arredondadas e com desenhos… verdadeiros labirintos de basalto branco e negro… naquela cidade que percorri vezes sem conta de mão dada contigo, abraçados, a rir alto. A rir muito. Livres até de nós próprios. Tive Lisboa aos meus pés, por milhões de anos, por escaços segundos.

Sentei-me no chão, encostada a um muro… onde trocámos os primeiros toques. Pela cara escorrem longas lágrimas secas. E fechei os olhos, a tentar agarra a mim o que um dia chegou ao fim. Ali, aprisionada num passado de paixão e dor, vivido ao minuto, com a intensidade da verdadeira paixão.

Mas tudo acabou levado por uma brisa leve que de um dia o outro, sem sabermos como, sem darmos conta,  se transformou em vento forte, tempestuoso. Mergulhados num ciúme louco, doentio, desrespeitante de nós. E o nós que cantávamos nos sete cantos deste mundo redondo, que dávamos ao desbarato, foi-se sumindo, mirrando… fugindo pelo meio dos nossos dedos e desfazendo-se  em tristeza.

 Agonizando em mim perdi-me de nós. Percebi mais tarde que para sempre.

Ahhhhhhhhh! Mas ninguém nos tira as cumplicidades cruzadas. Cumplicidade de um sorriso, um olhar, uma mão a estreitar-me a cintura. Cumplicidades na escrita, nos poemas, nas canções. Cumplicidades nos desejos mais pequeninos e nos sonhos maiores.

Que bom foi namorar assim. Sem medos, sem culpas, com a vida pela frente. Um dia atrás do outro… paixão da minha vida, que guardarei para sempre.

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