Vagueei sem pressas naquela passeio de pedras arredondadas e com desenhos…
verdadeiros labirintos de basalto branco e negro… naquela cidade que percorri
vezes sem conta de mão dada contigo, abraçados, a rir alto. A rir muito. Livres
até de nós próprios. Tive Lisboa aos meus pés, por milhões de anos, por escaços
segundos.
Sentei-me no chão, encostada a um muro… onde trocámos os
primeiros toques. Pela cara escorrem longas lágrimas secas. E fechei os olhos,
a tentar agarra a mim o que um dia chegou ao fim. Ali, aprisionada num passado
de paixão e dor, vivido ao minuto, com a intensidade da verdadeira paixão.
Mas tudo acabou levado por uma brisa leve que de um dia o
outro, sem sabermos como, sem darmos conta, se transformou em vento forte, tempestuoso.
Mergulhados num ciúme louco, doentio, desrespeitante de nós. E o nós que
cantávamos nos sete cantos deste mundo redondo, que dávamos ao desbarato,
foi-se sumindo, mirrando… fugindo pelo meio dos nossos dedos e desfazendo-se em tristeza.
Agonizando em mim
perdi-me de nós. Percebi mais tarde que para sempre.
Ahhhhhhhhh! Mas ninguém nos tira as cumplicidades cruzadas.
Cumplicidade de um sorriso, um olhar, uma mão a estreitar-me a cintura. Cumplicidades
na escrita, nos poemas, nas canções. Cumplicidades nos desejos mais pequeninos
e nos sonhos maiores.
Que bom foi namorar assim. Sem medos, sem culpas, com a vida
pela frente. Um dia atrás do outro… paixão da minha vida, que guardarei para
sempre.
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