quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Vidas vivas

Cruzou os braços e pela primeira vez teve aquela consciência de que respirava. Tocou nos ossos das costelas, sentiu a pele e o movimento da respiração, mesmo por cima da camisola. E sentiu dor.
Reacção imediata... franziu a cara... e depois sorriu porque estava viva. E quando se está vivo pode continuar-se a luta.
E decidiu que ia vencer a doença, e que não iria permitir ser abatida por ela. Mesmo que seja crónica... não a ia deixar avançar e contaminar-lhe o resto do corpo.
Não podia! Não queria!
Não pode e não quer.
Na quinta a algazarra das crianças abraçou-a. O riso dos seus sobressaía nos seus ouvidos e no seu sentir.
Lindos!!! Um homem aranha pequenino a tentar escalar as redes que o separam dos animais. Uma espanhola, dançarina de rumba, a correr de saltos altos entre a relva, as ervas e a terra batida. Lindos!!!
E no final do dia, sem conseguir sequer passar com as mãos pela pele por causa das dores, sente-se feliz. Muito feliz. Porque está viva e vê a vida a crescer.

1 comentário:

  1. A vida prolonga-se no sorriso de uma criança... Que traz com ela a esperança.

    ;)

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