terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Arroz Doce

Cecília abriu a porta das suas águas furtadas com o coração a bater dentro do peito e junto à palma da mão esquerda.
Por entre o escuro sentiu o cheiro a arroz doce quente, acabadinho de fazer. O arroz doce da avó São! E o frigorifico cheio de tudo aquilo que gosta. A mãe!
As duas presentiram o seu regresso. Cecília não anunciou datas. Recusou até a dizer quando estaria de volta. E elas souberam... sem palavras... sem gestos... sem sinais.
E acolheram Cecília de volta nos seus braços... entre sorrisos e almofadas. E Cecília sorriu com elas e para elas, enquanto comia uma taça de arroz doce quentinho já enterrada no seu pufe.
E não há outro arroz doce no mundo como aquele. E Cecília correu o mundo e os mundos. E só ali, nos braços da avó, reencontrou "aquele" arroz doce, que ela fazia sempre para ela.
Já com as janelas das águas furtadas escancaradas, Cecília deixou-se dormir ao som da chuva fininha que caía lá fora e do brilho de um arco-íris que lhe entrou pela janela.

3 comentários:

  1. Mas como é ninguém comenta estes textos tão bonitos?

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  2. eu reparei que estavas de volta :) até tinha deixado uma janela aberta ali nos meus links mas parece que essa foi fechada de vez :S mas reencontro aqui um bocadinho dela...a minha também fazia arroz doce. também não havia (a)braços como aqueles... sê (re)bem-vinda :) tu e as tuas palavras.
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