Este calor que me sufoca.
O suor que escorre, ligando a nuca à base das costas.
Empapada por este verão procuro-te em desespero.
Até que desisto.
Sento-me no chão fresco.
Ponho os braços e as mãos em cima do colo.
Até que relaxo.
Pescoço, costas, braços, pernas.
Tudo,
Até que me descubro.
Neste calor que me sufoca consigo, finalmente, ver-me.
Reencontro-me.
segunda-feira, 19 de junho de 2017
quarta-feira, 14 de junho de 2017
Nós
Quero ver-te completo, como és, todas as manhãs.
Olhar-te nos olhos e chamar-te "amor meu".
Sentir que tudo em ti permanece jovem.
Nem uma ruga, nem uma sombra no olhar.
A mim vão-se fechado os olhos e as esperanças.
A pele enruga-se e eu também.
A mente, sempre a funcionar à velocidade da luz, vai-me pregando partidas.
Esconde-se atrás de paredes grossas
e a memória esvai-se.
Mas estaremos aqui, os dois, de pé.
Até ao último dia.
Tu forte e seguro.
Eu, aninhada em ti, em busca de mim.
Olhar-te nos olhos e chamar-te "amor meu".
Sentir que tudo em ti permanece jovem.
Nem uma ruga, nem uma sombra no olhar.
A mim vão-se fechado os olhos e as esperanças.
A pele enruga-se e eu também.
A mente, sempre a funcionar à velocidade da luz, vai-me pregando partidas.
Esconde-se atrás de paredes grossas
e a memória esvai-se.
Mas estaremos aqui, os dois, de pé.
Até ao último dia.
Tu forte e seguro.
Eu, aninhada em ti, em busca de mim.
sexta-feira, 9 de junho de 2017
Ser poeta
Ser poeta é voar alto nos sonhos,
Reescrever a vida e o mundo.
Ser poeta é brincar com as palavras,
E reinventar as dores e as amarguras.
Ser poeta é cantar o amor, alto, bem alto,
É elevar o canto dos pássaros ao infinito dos céus,
E a seguir colocá-lo nos ouvidos de uma criança.
Ser poeta é esfolar os joelhos e a alma,
É sangrar por dentro dia e noite,
Para que o tal do amor prevaleça.
Ser poeta é carregar na mala a esperança,
E soltá-la, largá-la ao vento,
E esperar que volte.
Ser poeta é pôr lágrimas no papel,
onde as linhas se esbatem e as palavras vão crescendo.
Ser poeta é ser gente.
Reescrever a vida e o mundo.
Ser poeta é brincar com as palavras,
E reinventar as dores e as amarguras.
Ser poeta é cantar o amor, alto, bem alto,
É elevar o canto dos pássaros ao infinito dos céus,
E a seguir colocá-lo nos ouvidos de uma criança.
Ser poeta é esfolar os joelhos e a alma,
É sangrar por dentro dia e noite,
Para que o tal do amor prevaleça.
Ser poeta é carregar na mala a esperança,
E soltá-la, largá-la ao vento,
E esperar que volte.
Ser poeta é pôr lágrimas no papel,
onde as linhas se esbatem e as palavras vão crescendo.
Ser poeta é ser gente.
quinta-feira, 8 de junho de 2017
Amores
Há dias em que me apetece ficar deitada.
Uma imobilidade imposta.
Roupas soltas por onde as tuas mãos possam entram.
E assim fico. Respiro somente.
Sinto as tuas mãos percorrerem o meu corpo.
Tocam-me a pele. Milímetro por milímetro.
E eu ali estou. Respiro somente.
Sinto a minha existência na totalidade.
Sinto a minha existência na ponta dos teus dedos.
E adormeço enfim.
Uma imobilidade imposta.
Roupas soltas por onde as tuas mãos possam entram.
E assim fico. Respiro somente.
Sinto as tuas mãos percorrerem o meu corpo.
Tocam-me a pele. Milímetro por milímetro.
E eu ali estou. Respiro somente.
Sinto a minha existência na totalidade.
Sinto a minha existência na ponta dos teus dedos.
E adormeço enfim.
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