Na luta arregaço as mangas,
Cerro os punhos.
Mordo os lábios.
Na luta esmoreço,
Penso em desistir, umas mil vezes,
Deito tudo fora.
Para depois voltar a ir buscar ao fundo do caixote.
Na luta sigo em frente,
Olhos abertos,
Ouvidos à escuta.
Na luta levo comigo os irmãos que ganhei.
terça-feira, 25 de agosto de 2015
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
Poetizar
Também se pode poetizar a sorrir.
Disseram-me.
Não sei se acredite.
Nem sempre me dizem a verdade, ou a verdade toda.
Fico à espreita.
Desconfiada, confesso.
Mas com as esperança no colo.
A esperança de que seja mesmo verdade.
Disseram-me.
Não sei se acredite.
Nem sempre me dizem a verdade, ou a verdade toda.
Fico à espreita.
Desconfiada, confesso.
Mas com as esperança no colo.
A esperança de que seja mesmo verdade.
terça-feira, 23 de junho de 2015
Ele há dores..
Ele há dores de que mal se fala...
e muito menos se escreve
para que não fiquem gravadas, escarrapachadas em frente aos nossos olhos,
a obrigarem-nos a recorda-las para sempre.
Esta é uma delas.
Foi só um sonho mau.
e muito menos se escreve
para que não fiquem gravadas, escarrapachadas em frente aos nossos olhos,
a obrigarem-nos a recorda-las para sempre.
Esta é uma delas.
Foi só um sonho mau.
sexta-feira, 8 de maio de 2015
Olhos
Tristes olhos estes que guardam segredos sem fim.
Tristes destes olhos que tudo neles contêm.
E quando não aguentam vertem tristezas e dores.
Num desânimo em desalinho.
Tristes olhos estes que tudo guardam menos a dor de se sentirem tristes.
Tristes destes olhos que tudo neles contêm.
E quando não aguentam vertem tristezas e dores.
Num desânimo em desalinho.
Tristes olhos estes que tudo guardam menos a dor de se sentirem tristes.
quarta-feira, 8 de abril de 2015
Hoje foi assim
Hoje acordei e não estavas lá.
Esperei um bilhete.
Com a tua letra e algum pedaço de nós.
Espreitei as almofadas.
Procurei pela casa sem saber bem o quê.
Tropecei no gato.
Acordei
e comecei o dia com as coisas do dia,
de todos os dias.
Mas, não estavas lá.
Tu.
Hoje foi assim...
Esperei um bilhete.
Com a tua letra e algum pedaço de nós.
Espreitei as almofadas.
Procurei pela casa sem saber bem o quê.
Tropecei no gato.
Acordei
e comecei o dia com as coisas do dia,
de todos os dias.
Mas, não estavas lá.
Tu.
Hoje foi assim...
terça-feira, 7 de abril de 2015
Espera
Sentada.
Muito direita.
Pés cruzados e mãos caídas no colo.
Abandonadas ali,
à sua sorte.
Ajeita, de vez em quando, o corpo,
que amolece de velho.
Ganha jeitos,
acolhe vícios.
E endireita-se num custo contido.
Só um ligeiro respirar prova a vivência deste ser.
Um respirar discreto.
Talvez assim ninguém note
que esta existência existe.
Sentada
Muito direita.
Espera.
Muito direita.
Pés cruzados e mãos caídas no colo.
Abandonadas ali,
à sua sorte.
Ajeita, de vez em quando, o corpo,
que amolece de velho.
Ganha jeitos,
acolhe vícios.
E endireita-se num custo contido.
Só um ligeiro respirar prova a vivência deste ser.
Um respirar discreto.
Talvez assim ninguém note
que esta existência existe.
Sentada
Muito direita.
Espera.
segunda-feira, 30 de março de 2015
Escrever
Quero escrever...
de raiva,
por paixão,
de amor.
Só porque sim.
Só porque me apetece.
Quero escrever...
até que a ponta dos dedos fique em sangue,
que se mistura com o carvão.
E se esborrata.
Quero escrever...
sobre mim.
para mim e
por mim.
Mas acima de tudo, por nós.
Quero escrever...
as sombras de que me alimento,
os brilhos que me rasgam a vista.
Lâminas de gelo.
Queimo por dentro...
enquanto o sorriso se escancara
e o riso brota em jorros de lágrimas.
Conjugo-me em todos os tempos possíveis.
E reinvento-me numa estátua de cinza.
Quero escrever!
de raiva,
por paixão,
de amor.
Só porque sim.
Só porque me apetece.
Quero escrever...
até que a ponta dos dedos fique em sangue,
que se mistura com o carvão.
E se esborrata.
Quero escrever...
sobre mim.
para mim e
por mim.
Mas acima de tudo, por nós.
Quero escrever...
as sombras de que me alimento,
os brilhos que me rasgam a vista.
Lâminas de gelo.
Queimo por dentro...
enquanto o sorriso se escancara
e o riso brota em jorros de lágrimas.
Conjugo-me em todos os tempos possíveis.
E reinvento-me numa estátua de cinza.
Quero escrever!
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sangue,
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Esperas
Vou-me vestir,
Maquilhar-me a preceito,
Pôr meia dúzia de gotas de perfume.
Vou sentar-me bem confortável no meu sofá
e esperar.
Com um pequeníssimo sorriso no canto da boca.
E as lágrimas retidas à força.
Vou esperar.
Imóvel.
Sem reação.
Ficarei ali, no meu sofá.
As eternidades que for preciso.
Maquilhar-me a preceito,
Pôr meia dúzia de gotas de perfume.
Vou sentar-me bem confortável no meu sofá
e esperar.
Com um pequeníssimo sorriso no canto da boca.
E as lágrimas retidas à força.
Vou esperar.
Imóvel.
Sem reação.
Ficarei ali, no meu sofá.
As eternidades que for preciso.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
Olhares
Desviaste o olhar de mim
Baixaste a cabeça.
Os olhos, poisados na ponta dos sapatos,
ou numa erva que assoma no meio do empedrado de calçada portuguesa.
O Inverno está a chegar ao fim.
Talvez o teu esteja a meio.
As minhas boas novas amarfanharam-te.
Sentiste-te triste. Por ti.
Reabriram-se-te feridas antigas.
E eu.
Com vergonha do meu entusiasmo.
Baixei a cabeça e silenciei-me.
Baixaste a cabeça.
Os olhos, poisados na ponta dos sapatos,
ou numa erva que assoma no meio do empedrado de calçada portuguesa.
O Inverno está a chegar ao fim.
Talvez o teu esteja a meio.
As minhas boas novas amarfanharam-te.
Sentiste-te triste. Por ti.
Reabriram-se-te feridas antigas.
E eu.
Com vergonha do meu entusiasmo.
Baixei a cabeça e silenciei-me.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Volto aqui
Volto aqui de asas caídas.
Pálpebras pesadas que se arrastam no chão.
... lamacento.
Volto aqui para me aconchegar.
Aquele abraço que me envolve e me devolve a vida.
... em parte.
Volto aqui de alma em pedaços.
Sabendo que nunca dará para colar.
... talvez encostar os bocados.
Volto aqui... sempre
Pálpebras pesadas que se arrastam no chão.
... lamacento.
Volto aqui para me aconchegar.
Aquele abraço que me envolve e me devolve a vida.
... em parte.
Volto aqui de alma em pedaços.
Sabendo que nunca dará para colar.
... talvez encostar os bocados.
Volto aqui... sempre
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
«... contava-me, por exemplo, que, era eu bebé, lhe doía a boca de me dar beijos. Entre tantas mulheres apenas ela me declarou isso. Deve ser tão bom doer a boca de beijar. ...» António Lobo Antunes - "Mãe"
Lembro-me na pele dos teu aconchegos.
Quero chegar-me de novo, mas não consigo.
Algo nos repele.
Pólos iguais, provavelmente.
Tristezas parecidas...
Colecionamos tristezas como duas maníacas.
E tratamo-las com cuidados acrescidos.
Aprisionamo-las a nós e já não sabemos viver de outra forma.
Pergunto-me se sabes disto.
Pergunto-me se sabes o segredo para fugir e se escolhes permanecer.
Pergunto-me...
E sigo triste.
Talvez um dia eu descubra o segredo.
Talvez um dia também eu permaneça.
Lembro-me na pele dos teu aconchegos.
Quero chegar-me de novo, mas não consigo.
Algo nos repele.
Pólos iguais, provavelmente.
Tristezas parecidas...
Colecionamos tristezas como duas maníacas.
E tratamo-las com cuidados acrescidos.
Aprisionamo-las a nós e já não sabemos viver de outra forma.
Pergunto-me se sabes disto.
Pergunto-me se sabes o segredo para fugir e se escolhes permanecer.
Pergunto-me...
E sigo triste.
Talvez um dia eu descubra o segredo.
Talvez um dia também eu permaneça.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Juntos
Vieram de fora.
Dos quatro cantos dos seus mundo.
Sentaram-se numa roda disforme.
Permaneceram.
Olhou para mim com pena.
Eu, um destroço de mim, permaneci imóvel.
Com pena de mim própria.
Saí. Em silêncio.
Abracei-te.
Encostei-te nos meus braços.
No fim estava enroscada em ti.
Fomos ficando.
Juntos.
Dos quatro cantos dos seus mundo.
Sentaram-se numa roda disforme.
Permaneceram.
Olhou para mim com pena.
Eu, um destroço de mim, permaneci imóvel.
Com pena de mim própria.
Saí. Em silêncio.
Abracei-te.
Encostei-te nos meus braços.
No fim estava enroscada em ti.
Fomos ficando.
Juntos.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Lágrimas
Que aconteceu?
Onde estava eu enquanto tu crescias assim?
Descuidei-me. Distrai-me.
E de repente. De um dia para o outro. Lá estavas tu.
Maior que eu.
E nesses mesmo dia fizeste as malas. Saíste de mim.
Ficou um vazio enorme aqui dentro. Sabias?
Não estava preparada.
Podias ter avisado!!!
Dado sinais.
...
Deste?
...
Isso? E esse também?
...
E eu que não percebi.
Admito. Desculpa-me.
Eu não quis perceber.
Eu não quis ver que estavas a mudar. A crescer.
A tornares-te em ti. Fora de mim.
Desculpa-me. Mas dói muito.
...
Sim. Eu vou saber viver com isso.
Voa descansada.
Mas permite-me que não me habitue.
Onde estava eu enquanto tu crescias assim?
Descuidei-me. Distrai-me.
E de repente. De um dia para o outro. Lá estavas tu.
Maior que eu.
E nesses mesmo dia fizeste as malas. Saíste de mim.
Ficou um vazio enorme aqui dentro. Sabias?
Não estava preparada.
Podias ter avisado!!!
Dado sinais.
...
Deste?
...
Isso? E esse também?
...
E eu que não percebi.
Admito. Desculpa-me.
Eu não quis perceber.
Eu não quis ver que estavas a mudar. A crescer.
A tornares-te em ti. Fora de mim.
Desculpa-me. Mas dói muito.
...
Sim. Eu vou saber viver com isso.
Voa descansada.
Mas permite-me que não me habitue.
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
Gerra II
Levanta-te.
Levanta-teeee.
LEVANTA-TE!
PEGA NA ARMA!
NÃO LIMPES A LAMA!
Caminha, caminha sempre.
Nem que seja em círculos.
Se páras morres.
Sou eu que te mato.
Eu, sangue do teu sangue. Eu que saí de dentro de ti.
Mato-te e passo-te por cima.
Sem pena
Sem sequer olhar para trás.
Limpo as botas no teu corpo inerte. Que me servirá de capacho.
E deixo esse teu corpo que um dia me acolheu a ser debicado por predadores. Até que apodreça.
LEVANTA-TE!
PEGA NA ARMA!
NÃO LIMPES A LAMA!
Levanta-teeee.
LEVANTA-TE!
PEGA NA ARMA!
NÃO LIMPES A LAMA!
Caminha, caminha sempre.
Nem que seja em círculos.
Se páras morres.
Sou eu que te mato.
Eu, sangue do teu sangue. Eu que saí de dentro de ti.
Mato-te e passo-te por cima.
Sem pena
Sem sequer olhar para trás.
Limpo as botas no teu corpo inerte. Que me servirá de capacho.
E deixo esse teu corpo que um dia me acolheu a ser debicado por predadores. Até que apodreça.
LEVANTA-TE!
PEGA NA ARMA!
NÃO LIMPES A LAMA!
Guerra
Cansada da guerra.
Quero só sentar-me um pouco. Limpar a lama do corpo.
Quero poder ter tempo, para sobreviver.
O meu corpo não aguenta mais as balas.
Uma tristeza que me abafa, sufoca.
Seca-me a boca e a garganta.
Grito em vão. Canso-me ainda mais.
Sento-me enfim. Encostada a um muro.
Mas a guerra não pára.
Não se suspende por mim.
Por ninguém.
Tornou-se um vício.
Não se consegue parar.
Quero só sentar-me um pouco. Limpar a lama do corpo.
Quero poder ter tempo, para sobreviver.
O meu corpo não aguenta mais as balas.
Uma tristeza que me abafa, sufoca.
Seca-me a boca e a garganta.
Grito em vão. Canso-me ainda mais.
Sento-me enfim. Encostada a um muro.
Mas a guerra não pára.
Não se suspende por mim.
Por ninguém.
Tornou-se um vício.
Não se consegue parar.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
O "Mulheres Com Bigode" instalou-se no Facebook.
Muito moderno que está este blog.
Espreitem em: https://www.facebook.com/mulherescombigode
E... divirtam-se
Muito moderno que está este blog.
Espreitem em: https://www.facebook.com/mulherescombigode
E... divirtam-se
Balas
Entraste. Rebentaste portões e muros. Partiste tudo.
Destruíste o acreditar.
Arrasaste o mundo... e o meu mundo.
Mas ele é tenaz, é forte.
E decidiu não morrer.
Floresce. A cada dia.
Destruíste o acreditar.
Arrasaste o mundo... e o meu mundo.
Mas ele é tenaz, é forte.
E decidiu não morrer.
Floresce. A cada dia.
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