quarta-feira, 31 de julho de 2013

Por uns dias...

Por uns dias o descanso, a paz. Só o riso das crianças.
Por uns dias longos passeios e a cabeça vazia.
Por uns dias os que mais amo ao meu lado...
... se pudessem ser todos... se não fosse pedir demais.
Por uns dias só os meus livros e muitas palavras...
...ditas... sentidas... intuidas.
Por uns dias os relógios param, perdem o sentido, deixam de lado a importância com que se engalanam no resto do tempo.
Por uns dias eu... comigo. Apenas eu.
Só por uns dias...

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Tempo

Misturo-me entre cores, cheiros, sons, movimentos... andares.
Percorro o caminho de sempre, de todos os dias.
Piso exatamente o mesmo chão, de onde muitas vezes nem levanto os olhos.
Não por arrogância... não por timidez. Só porque sim. Só por ser essa a minha vontade.
Conheço-lhe os tons, as saliências e reentrâncias. As dores.
O tempo pergunta ao tempo...
E o tempo esfuma-se, foge-me... E de repente, passou.
E amanhã é mais um recomeço previsto.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Pequeno

A cabeça encostada no meu colo. Caracois negros... soltos. Olhos que teimas em não fechar.
Um carinho que se constroi... se sente... se aumenta. Mútuo... sim.
Tão pequeno... ali.
E saudades de outro pequeno.

terça-feira, 16 de julho de 2013

RAP (try)

Queria escrever um Rap... a letra de uma canção...
Inspirada no Gabriel e no AC, que é seu irmão.
Uma canção de amor... uma letra de saudades.
Embalo a minha mente num licor de verdades.

Guardo tudo numa mala... nas páginas de um caderno.
Dores, saudades e tristezas... que cruzam a cada inverno.
Um sorriso luminoso quando olho para ti.
Um abraço prolongado quando estás ao pé de mim.

Dou-te o braço... cruzo o passo... enrolo-me nas promessas.
Vivo a vida... a correr... empurrada pelas pressas.
Quando olho à minha volta vejo pouco que me interessa.
Agarro-me à solidão que me acompanha sem cobranças.

Vou variando de vida... de mote... e de paixão.
Até que me apareceste... e me esticaste a mão.
Bebo um copo... leio uns versos de um livro prometido.
Fecho os olhos e viajo neste meu mundo sofrido.

As dores que me acompanham não mas podes tirar.
Mas já vivo com a alegria de te poder abraçar.
Nos teus braços eu respiro... aninho-me... descanso.
Poiso as armas... fecho os olhos... parto em sonhos de anjos.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Espelho

Arrastei os pés pela casa. Cansada. Noites mal dormidas a pesarem-me nos olhos.
Um aperto no peito que me oprimia o pensar.
A luz vinda da janela da casa de banho cegou-me por momentos. Ou já vinha cega de trás.
Obriguei-me a olhar-me no espelho, que naquele momento me pareceu enorme... a refletir a minha imensa tristeza.
Sem dizer nada escorrera-me duas lágrimas cara abaixo... que se foram despenhar na cerâmica branca do lavatório.
O que é que eu estou a fazer a mim própria?

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Deixei cair as mãos

Sentei-me no sofá. Costas direitas ligeiramente afastadas. Pernas juntas, joelhos unidos e as mãos caídas no colo.
Deixei cair as mãos para o lado.
Fechei os olhos.
Parei a respiração... o coração serenou, até quase parar.
Uma lágrima ainda conseguiu deslizar... até salpicar a t-shirt, de alças, verde tropa. Havia de secar.
Reabri os olhos e fixei-os no nada.
E assim permaneci... no nada.

Quem me mandou?

Quem me mandou gostar assim de ti? Assim como? Tanto. Tão imensamente.
Quem me mandou sentir saudades?
Quem me mandou deixar entrar esta dor? Que dor?
A dor da ausência.
A dor de não estar por perto para partilhar... para abraçar... parar sorrir...
A dor de quem não pode fazer planos e sonhar com o dia em que vai voltar a ver-te.
A dor da incerteza, a da insegurança, a de se sentir de fora.
A dor de me voltar a sentir sozinha... e temer que os últimos meses tenham sido só um sonho bom.
A dor do esforço imenso para afastar todas estas dores traiçoeiras.
A tua almofada está no lugar dela!