domingo, 28 de fevereiro de 2010

Respiro... sinto...

Um sonho, uma nuvem, uma sombra...
Caminho em linha recta, aos zigue-zagues. Constantes contrasenços que me fazem sorrir.
Levanto a cabeça, sigo em frente. Tropeço vezes sem conta, mas caminho sempre...coluna direita... cabeça erguida.
Pairo...
Cruzo-me e descruzo-me. Sento-me e respiro.
Aprendi e respirar. E é tão bom!!!
Os músculos relaxam...penso...sinto...sinto...sinto...
E desejo-te bem... desejo-vos bem... apesar de terem o mal.
Sigo em frente... respiro... sinto.

Ventos fortes

Trazia a alma amordaçada... os dedos das mãos amarrados... o coração em pequenos pedacinhos de papel... Vinha envelhecido antes de tempo.
Foi-se chegando, tomando conta de mim... tirou-me a energia e passou a respirar através dela.
Foi ficando...permanecendo... e tirou-me o sorriso, as forças, a inocência que me restava.
Partiu... e deixou-me com a alma amordaçada e o coração em pequenos pedacinhos de papel... Fiquei envelhecida antes de tempo.
Até outros ventos soprarem.

Fábrica das Letras - Velhice

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Misticas

Uma pontinha de dor sobe-me pelo braço acima... e aquele sorriso que não tira os olhos de mim.
Viro a cara, mas ele está sempre lá... em todas as paredes, atrás das estantes, dentro dos armário...
Tento em vão fugir dele e alimentar aquela dor. Anos a fio.
Uma certa melâncolia fica sempre bem... cria uma certa mística à minha volta.
Mas um dia, nem sei bem quando... nem me preocupo em saber... cedi.
E deixei de virar a cara... a mística mantem-se.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Admito...

Tenho que admitir que a caneta às vezes pesa toneladas na minha mão com a pele enrugada e seca.
Tenho de admitir que por vezes a cabeça se esvazia... mas não abre espaço para mais nada.
Tenho de admitir que há dias em que ganho uma imensa surdez... e tento em vão uma cegueira.
Tenho que admitir que em certos dias as pernas vão pesando até tombarem sobre o colchão empoeirado.
Tenho que admitir que... apesar de tudo... não desisto. E nem sei porquê.
Questiono-me que força me move... E não consigo descobrir.
Questiono-me o que me tráz à tona nos dias mais cinzentos... mas a resposta parece estar para lá do lá e do além.
Um esforço incansável... onde as pequeníssimas descobertas são vitórias estrondosas.
E, tenho de admitir que... apesar do cansaço... continuo.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Borboletas

Uma pequena lagarta cheia de pequenas pintinhas coloridas e pelinhos nas patas passeia-se pela palma da minha mão.
Sem medo do que o futuro lhe reserva aproveita o sol do dia e a ligeira brisa que corre.
Em breve será um borboleta.
Maravilhosa!
Acredita.